Contos Subterrâneos - Ana Flávia Nejaim


Em quais histórias habitam personagens anônimos? Sob quais palavras eles vivem?

Contos Subterrâneos conduz narrativas curtas, precisas, cotidianas e fantásticas. Dolorosas, até, que dizem do medo da existência causando espanto.

Espanto, aliás, é uma palavra que cabe aqui – e cabe também para adjetivar esses pequenos/grandes enredos, de palavras certeiras e acontecimentos inacreditáveis.

Como quase toda coletânea, há contos que obviamente se destacam, como é o caso de Mari Marília (talvez meu favorito pela natureza estranha), Neblina (que desafia as fronteiras do real e do imaginário), Hélio, o gerente (engraçado, sagaz, crítico) e Luto conservador (igualmente crítico, sutil e irônico).

Mas, é preciso dizer, não há contos que se ofuscam na obra; todos são particularmente interessantes e destrincham situações que vão do absurdo à banalidade casual, explora personagens comuns que são confrontados com situações que escapam ao controle.

Foi meu primeiro livro do ano e não poderia ter feito escolha melhor. Tenho gostado de explorar a nossa literatura e Ana Flávia Nejaim é um nome que se destaca; uma autora que parece dominar o gênero sem, no entanto, sufocá-lo.

Se você curte ler contos, vai adorar conhecer. Caso não, é uma porta que pode ser aberta de modo interessante. Tá recomendado!

Neste livro, Ana Flávia, professora e escritora, tece uma tapeçaria de memórias e fantasia, explorando o cotidiano e os mistérios do subconsciente. Os contos transmitem uma gama de emoções, desde o espanto até o humor, entrelaçando realismo e fantasia de forma íntima. O realismo fantástico emerge como uma busca pela liberdade e pelo entendimento humano, revelando que até mesmo o mais ordinário dos cenários pode esconder auroras de significado profundo. Cada história é uma jornada que transforma tanto o autor quanto o leitor, mergulhando nas profundezas do subterrâneo da alma.






3 comentários

  1. Contos Subterrâneos - Ana Flávia Nejaim

    Gosto de livros de contos pela dinâmica, cada conto nos leva para um canto do nosso "eu" interior, nos faz refletir, dosar nossos medos, nossas alegrias. Gosto desse toque doce e sensível de quem escreve contos que nos inspiram.
    Já quero ler esse livro, não só pela sua resenha, Ronaldo, mas também por essa bela capa que promete muita coisa em sua sensibilidade.
    Fiquei bastante interessada nesse "Luto conservador", como você destacou acredito que seja muito interessante.
    Obrigada pela dica de leitura, foi para a minha infinita lista de desejados da vida.
    Beijos estalados!

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  2. Olá! Eu gosto muito de contos, mesmo, às vezes, (sempre) fico com aquela vontade de mais, ultimamente tenho dado preferências aos autores nacionais, por isso, já gostei da dica, ainda mais por trazer uma história tão diferente, tenho certeza de que a leitura será surpreendente.

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