O Começo do Adeus – Anne Tyler


E vamos a mais um capitulo da saga “escolhendo livros aleatórios na estante para ler no fim de semana”. Desta vez, a obra selecionada foi “O Começo do Adeus”, escrita por Anne Tyler, e, como não poderia deixar de ser, estamos diante de um drama que aborda o luto.

Essa narrativa nos faz refletir sobre o quão dolorosa e devastadora pode ser a perda de uma pessoa querida em nossas vidas. Ela nos convida a examinar nossos sentimentos mais íntimos e a considerar o impacto que isso exerce não apenas em nossa própria existência, mas também nas pessoas ao nosso redor, que compartilham de perto a nossa dor.

O desenrolar do livro é lento, repleto de reflexões profundas, o que pode tornar a leitura um pouco exaustiva ou arrastada. No entanto, para aqueles que recentemente vivenciaram um luto, é como realizar uma autoanálise sobre os sentimentos atuais em relação ao tempo que passamos enfrentando as distintas fases do luto – uma vivência tão pessoal que só pode ser plenamente compreendida e avaliada por quem a experimentou.

Aaron, nosso protagonista, é um homem profundamente conectado a suas emoções, um tanto introspectivo e bastante tímido. Conhecer Dorothy representou para ele um alívio, um verdadeiro sopro de vida. A perda dela foi devastadora, como se lhe tirassem o chão. Agora, todas as lembranças que compartilharam tornaram-se a sua única razão de viver, além da angústia de vê-la em todos os lugares que frequenta, mesmo após sua morte, tornando sua realidade quase surreal e repleta de incertezas. 

Aaron e Dorothy formavam um casal perfeito nas suas peculiaridades. Ambos eram reservados e pouco inclinados à convivência com a família ou com estranhos. Eles se completavam de tal forma que, ao conhecer um, era como se o outro estivesse refletido em um espelho. Imagine, então, a dor de Aaron ao perder sua alma gêmea, a mulher que o compreendia e que aceitava sua essência, pois era igual a ele.

Fiquei bastante impressionada ao me aventurar em um livro que, de certa forma, é melancólico e me provocou reflexões profundas, além de momentos de introspecção. Em alguns trechos, me identifiquei com Aaron, enquanto em outros tive vontade de sacudi-lo um pouco. 

Com certeza ler esse livro foi uma experiência enriquecedora que recomendo; apesar da temática pesada, creio que a leitura é realmente válida.

Anne Tyler nos leva a um romance sábio, assustador e profundamente tocante em que descreve um homem de meia-idade, desolado pela morte de sua esposa, que tem melhorado gradualmente pelas aparições frequentes da mulher — na casa deles, na estrada, no mercado. Com deficiência no braço e na perna direita, Aaron passou sua infância tentando se livrar de sua irmã, que queria mandar nele. Então, quando conhece Dorothy, uma jovem tímida e recatada, ele vê uma luz no fim do túnel. Eles se casam e têm uma vida relativamente modesta e feliz. Mas quando uma árvore cai em sua casa, Dorothy morre e Aaron começa a se sentir vazio. Apenas as aparições inesperadas de Dorothy o ajudam a sobreviver e encontrar certa paz. Aos poucos, durante seu trabalho na editora da família, ele descobre obras que presumem ser guias para iniciantes durante os caminhos da vida e que, talvez para esses iniciantes, há uma maneira de dizer adeus.

4 comentários

  1. Oi, Leninha
    Aiii quero ler esse livro desde seu lançamento!!
    Lendo sua resenha me deu saudade da época da Novo Conceito, cada livrão bom, eu comprei vários livros deles na revistinha do Avon kkk
    Eu acho a experiência do luto muito difícil e impactante. Eu vivi com a perda dos meus bisos e foi muito triste e estranho. Eles já eram muito velhinhos e tinham muitas dores, mas eu ainda queria que eles ficassem.
    É muito difícil a gente aceitar perder quem ama pra morte, parece traição com quem se foi e com nós mesmos.
    Vou querer ler e espero aprender com o Aaron, não é fácil, mas infelizmente é algo natural da vida. Só Deus pra dar forças.
    Bjs

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    1. Os livros da Novo Conceito eram perfeitos, tinha para todos os gostos. Eu ainda tenho todos os livros da parceria aqui comigo.
      Quanto ao mote do livro, sim, o luto é um assunto pessoal e infelizmente, intransferível, você tem que sentir, passar por ele, aceitar. Até porque a única certeza que temos é que um dia vamos "partir". Espero que você curta a história, foi um aprendizado, com certeza.
      Bjs

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  2. Olá! Realmente esse é um tema bastante difícil de lidar, apesar de sabermos que essa é a única certeza que temos na vida, a que vamos morrer, é muito difícil para quem fica lidar com a perda de alguém, ainda mais quando esse alguém nos é tão querido, mas acho importante esse tipo de leitura, para fazermos mesmo essa auto analise, refletirmos e, por mais difícil que seja, aceitarmos que é preciso prosseguir, apesar de já ter passado por algumas perdas, é impossível imaginar o sofrimento do personagem, nos resta acompanhar a jornada de Aaron, e descobrir como essa história termina.

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    1. Uma leitura bem, digamos, inspiradora. Vale a pena ler sim, mexer um pouquinho com os sentimentos e por aí vai.
      Só leia!

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