Sonhe Mais - Jai Pausch


Às vezes, eu penso que gosto de me autossabotar e “do nada” procurar na estante livros que irão me destruir, destroçar e me fazer chorar rios de lágrimas.
Entre esses livros, há muito tempo repousava "Sonhe Mais", aguardando o momento oportuno para ser lido. Decidi, finalmente, dar uma chance a ele neste fim de semana, e a experiência foi enriquecedora. 

A história de Jai Pausch, uma mulher forte e batalhadora, comove e ensina lições valiosas através de suas vivências. Ao receber a devastadora notícia do câncer de pâncreas de seu amado Jai inicia uma jornada repleta de dores, sofrimentos e, acima de tudo, aprendizados. 

Esta biografia nos mostra a resiliência de uma mulher que, mesmo diante de adversidades, mantém viva a chama da esperança e nos presenteia com valiosos ensinamentos.

No livro "Sonhe Mais", a personagem principal compartilha conosco sua jornada como cuidadora de seu marido doente, enfrentando os desafios causados por essa doença em quem a carrega. Além disso, Jai precisa aprender a lidar com a inevitável perda que, eventualmente, ocorre. E, claro, o período pós-morte.

Essa é uma história de amor, luta e persistência, mas, sobretudo, uma lição de vida. Jai foi a protagonista de sua própria história, assumindo o controle de um destino que enfrentou de frente, sem hesitar, sempre emanando uma força sobre-humana, sem revelar sua fragilidade na dor. Ela é uma mãe acima de tudo, sentindo a necessidade de suas crianças, mantendo viva a esperança e a determinação.

Durante a trama, desenvolvemos empatia pela Jai como cuidadora, absorvendo sua resiliência, nos unindo a ela na esperança e entendendo a grande responsabilidade de oferecer apoio a essa pessoa, além do próprio doente, tanto do núcleo familiar quanto do suporte profissional de um psicólogo.

O mundo está ruindo gradualmente, e é como se os entes queridos estivessem perecendo juntamente com a vítima da doença. A autora consegue nos envolver de tal forma que é inevitável não compartilhar de sua angústia. Nos apresentando o antes, o durante e o depois de uma enfermidade devastadora que consome os envolvidos nesse drama. Ela nos faz ponderar e evidencia que somos seres humanos, necessitados de um tempo para lidar com a aflição, a fim de não sucumbirmos à loucura, dada a carga e a responsabilidade que é cuidar de um doente em fase terminal, uma pessoa que amamos, que se despedirá de nós aos poucos, à mercê de algo tão cruel.

Aí me perguntam: É esse tipo de história que você curte ler num fim de semana, Leninha?! E minha resposta: É Sim. Histórias assim nos levam à reflexão da fragilidade humana. E eu gosto de histórias que me enriqueçam. Se é para sair da zona de conforto dos romances românticos, que seja com histórias que nos façam pensar, que nos deixem melhor. "Sonhe Mais" conseguiu fazer isso comigo e, apesar das lágrimas, estou bem melhor depois dessa leitura.
Só leia!

Jai Pausch passou por um trauma: a perda do marido para um câncer de pâncreas. A enfermidade de Randy Pausch também destruiu as verdades e as certezas em que Jai acreditava. Pega de surpresa pela doença, que avançou rapidamente, Jai Pausch precisou inverter suas prioridades. Acostumada a cuidar da família, percebeu que aquele era, também, o momento de cuidar de si mesma, porque, do contrário — caso fraquejasse —, sua família não sobreviveria. E, apesar de todas as alterações pelas quais passou, foi capaz de registrar a maior parte de suas experiências, dúvidas e medos.

Este registro acabou se constituindo num relato vigoroso sobre como a morte muda o relacionamento entre as pessoas e sobre como é possível sobreviver, passo a passo, a essas mudanças.

Sonhe Mais é referência para todos os que estão vivendo uma fase de transição e é leitura obrigatória para aqueles que passaram, ou estão passando, por um momento de dor.

4 comentários

  1. Fiquei lendo aqui emocionada sua resenha e dois pontos me prenderam a atenção. A resiliência de Jai e sua força, óbvio, mas a Novo Conceito!!!!
    Ah que saudades eu tenho dos kits da Editora. Lembra?? Sempre vinham mimos lindos e a gente ficava querendo todos os livros, só para saber quais presentinhos seriam enviados junto.
    Ler é estar com o coração ali, no livro, no que faz o sentimento fluir. Tá, uns conseguem isso no medo(levantando a mãozinha sem discrição nenhuma rs) e outros no sentir.
    Eu gosto de histórias assim, de vida, de humanidade.
    Quantas esposas nesse exato momento passam pelas mesmas provações? Quantos maridos são cuidados, cuidadores?
    Já vou caçar esse livro, pois quero muito sentir!!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel

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    1. Nossa, você me fez viajar agora. Cada kit da Novo Conceito era uma surpresa que enchia os olhos. Eu ainda tenho tudo, acredita: livros e mimos.
      Quanto ao livro, você vai chorar, se prepare.
      Beijokas

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  2. Olá! De vez em quando eu também procuro uma leitura dessa, que nos fazem desidratar, e que apesar de nos deixar com o coração em frangalhos, nos fazem também repensar nossas ações e acho que são essas reflexões o ponto forte, pois elas são capazes de nos transformar da melhor forma possível, não conhecia o livro e vou tratar de mudar isso o mais breve possível.

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    1. Pois é, foi algo aleatória, peguei na estante e li.Amei cada cortada no meu coração.
      Leia!

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