O Cachecol Dourado - Leili de Sousa


Olha eu em pleno mês de agosto lendo um conto com temática natalina. Pode me perguntar: Ué, Leninha, tá com vontade que o ano acabe logo e os contos de Natal encham os blogs e afins?! Nada disso... O Cachecol Dourado, de Leili de Sousa, é bem mais que um conto que se passa na época de Natal, na verdade nem acho que ele seja um conto romântico, por assim dizer, creio que ele é uma leitura que fala sobre uma mulher que precisou se redescobrir e a aprender a viver depois de um relacionamento abusivo.

Sim, temos aqui um livro que pode ser considerado um gatilho, pois ele conta a história de uma artista, uma pintora chamada Lisa, que depois de um ano livre de um relacionamento que quase acabou com sua vida, que deixou seu psicológico em frangalhos, finalmente consegue se permitir viver outra vez, se manter financeiramente com o dinheiro de seu trabalho e sem ter que ter medo. 

Essa história é mais que um conto com 44 páginas que traz uma história leve, um passatempo, ele traz uma carga emocional, faz com que o leitor sinta toda a dor e a angústia pela qual Lisa viveu quando era submetida ao assédio moral, ao abuso psicológico, ao julgamento de sua aparência, à baixa autoestima, que era viver ao lado de um homem cruel nas palavras e abusivo nas ações. Dá para sentir, nas lembranças de Lisa, depois de um ano longe das mãos de seu abusador, que ela era igual a muitas mulheres são nos dias de hoje: aviltadas, humilhadas, abusadas de uma maneira que nem é preciso o tapa para deixar a mulher literalmente no chão.

O Cachecol Dourado, propriamente dito, é quase que mágico. Ao ser largado por seu dono na banca de artesanato de Lisa se inicia um caminho sem volta, algo que só dá para entender lendo esse belo e singelo romance. Então não espere um romance rapidinho, uma entrega quase imediata, o livro nos traz não um romance homem e mulher, mas algo bem mais profundo: o despertar de uma mulher ferida que sente que pode amar outra vez e se permitir ser feliz.

A escrita da autora é leve, o conto é pequeno e bem fácil de ler e dá para sentir a magia e o amor florescer durante a pequena trama de apenas 44 páginas.. Gostei muito e acredito que esse é um conto para enternecer os corações sensíveis.


Traumatizada, a jovem Lisa tenta se reconstruir aos poucos através de suas pinturas e do autoconhecimento.

Um dia, ao vender seus quadros no mercado de Natal, um belo homem esquece um cachecol dourado no seu estande, e Lisa fica com a imagem dele gravada na mente.
Entre as tristes lembranças do relacionamento tóxico que viveu e o presente onde ela se ergue aos poucos, será que Lisa poderá se dar uma nova chance e criar um futuro diferente?
O Cachecol dourado é uma leitura rápida e emocionante que nos mostra como é voltar a ter o gosto pela vida depois de um relacionamento abusivo.

5 comentários

  1. Deixa chegar Natal logo sim rs ontem mesmo, terminei de montar um quebra cabeças com o presépio rs e não vejo a hora de emoldurar e colocar na sala, para aqui ser Natal todos os dias!
    Um conto tão curto, mas ao mesmo tempo, com tantos sentimentos!Não somente a magia do Natal, do cachecol(fiquei visualizando a cena em meio à um filme) , mas dos traumas e dores não a serem superados e esquecidos, mas sim, vividos e colocados de lado!!!
    Claro que já fiquei emocionada e com vontade ler!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Olá! Ahh que essa época do ano tão linda não merece ter momento específico para ser lido neh, qualquer dia encaixa, ainda mais por ser uma ótima oportunidade para reviver essa data tão maravilhosa que é o Natal. Quanto a história deu para sentir que mesmo com tão poucas páginas a autora consegue entregar uma leitura forte, cheia de sentimentos e tão verdadeira, que muitas pessoas (infelizmente) irão se identificar, fiquei bem curiosa para saber como ela fez tudo isso em apenas 44 páginas, o jeito é conferir, mas já separando os lencinhos.

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  3. Oi, Leninha!
    Ah, eu sempre faço isso, leio histórias natalinas fora de época, e quando chega a época acabo nem lendo 🙈 Ano passado eu até li uma na época, mas foi coincidência mesmo rsrs.
    Em relação ao conto, confesso que não gosto quando o romance demora a acontecer, pra mim quanto mais rápido melhor rsrs... Mas entendo o porque da história da Lisa ser contada dessa forma, afinal depois de tudo pelo que ela passou - tanto fisicamente quanto psicologicamente - ela necessitava se redescobrir para só então amar outra pessoa, pois acredito que para amar outra pessoa devemos primeiro estarmos bem para que tudo dê certo.
    Não conhecia o conto, mas já estou adicionando na minha lista de leitura, valeu pela dica! Bjos!

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  4. Leninha!
    Amo contos e se natalinos, são sempre interessante a a meu ver, mesmo que fora da época.
    Para mim traz sempre uma nova esperança de que coisas boas acontecerão.
    Não conheço a autora, vou ler para ver o que acho.
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Leninha, que resenha maravilhosa a sua. Descobri seu blogue hoje, que por sinal é incrível, parabéns! Eu fico honrada com todos esses comentários e mais, emocionada. Sim, a Lisa vem mostrar que é possível ser feliz de novo, sorrir, trabalhar, e amar. Ela mostra que o erro e os defeitos não estavam nela, mas era a continuação do outro. Vamos firmes e fortes, meninas, cuidando da mulher selvagem em nós. Um grande abraço. 🍀🍀❤️❤️❤️❤️❤️⚜️

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