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Esse é o quarto livro do projeto Desencalhando livros da estante, e devo confessar que foi o mais difícil de concluir a leitura. O porquê vocês saberão em breve lendo toda a resenha.
Como todos sabem escolhi apenas dramas para a lista de leitura desse projeto, eram histórias que me vigiavam na estante há um bom tempo, mas Onde termina o rio eu sabia que era tenso, por já na sinopse nos contar que a protagonista tem câncer em estágio terminal. Você já entra na leitura com medo da dor que a história irá nos causar, e claro, durante toda a leitura é quase palpável a dor de Abbie e Doss por conviver com um fim que se avizinha em breve.
A história é escrita em primeira pessoa e nos mostra a visão de Doss e sua luta para concluir a lista de últimos desejos de Abbie, uma lista aparentemente fácil de realizar, não fosse o estado em que Abbie se encontra: debilitada e fraca. A história é contada de forma alternada entre o passado, desde quando Abbie e Doss se conheceram; e presente, quando eles descem o rio com Abbie já doente e já sem esperança de tratamento para seu câncer.
Abbie é uma mulher maravilhosa, de bom coração, linda e talentosa, quando ela conhece Doss, de uma maneira bem difícil ela logo se encanta por aquele homem corajoso e humilde. Contra tudo e todos, ela o escolhe para ser seu companheiro, seu amor. Juntos, eles vivem uma bela história de amor, mesmo depois que fica doente, Doss fica ao seu lado, enfrenta todas as adversidades e luta a seu lado para continuarem juntos, mesmo que um dia o câncer a tire dele.
Doss nunca entendeu o que Abbie viu nele, sempre soube que ele era um cara comum, sem muitas ambições na vida e que só queria pintar seus quadros, pagar suas contas e quem sabe um dia se casar e ter filhos. Mas um furacão chamado Abbie tornou sua vida num lugar bom de viver, e ele é capaz de tudo para vê-la feliz, e por isso decide realizar seus desejos mais simples, sendo o de número 10 e o mais difícil: Descer o rio... inteiro desde Moniac.
Segue a sua lista de desejos:
1 - Andar num carrossel antigo;
2 - Fazer um looping num avião velho;
3 - Tomar vinho na praia;
4 - Nadar pelada;
5 - Nadar com os golfinhos;
6 - Ir pescar;
7 - Posar;
8 - Dançar com meu marido;
9 - Rir até doer;
10 - Descer o rio... inteiro desde Moniac.
Ler Onde termina o rio foi uma experiência difícil, ele é cheio de gatilhos e de muito sofrimento. Quem já teve uma pessoa na família com Câncer sabe que essa doença corrói todos os que estão a sua volta. Ele vai minando as forças não só da pessoa doente como dos familiares e amigos. A maneira que o autor narra a trajetória de Abbie com a doença é tocante, mas ao mesmo tempo muito triste, e leva Doss junto. Ele tenta ser forte por ela, mas dá para sentir suas forças se esvaindo aos poucos, até a última página do livro.
Mas, apesar de tudo, eu gostei muito do livro, foi literalmente um mês lendo, um pouco a cada dia, e sentindo uma dor de cada vez. Hoje trago a resenha e um alerta: Onde termina o rio não é uma história para ser lida por qualquer pessoa, ele vai fazer com que o leitor faça uma análise profunda de até onde se pode ir por amor. Vai ser difícil sair dessa leitura sem deixar o coração nela, e sem sentir muito por Doss e Abbie.
Recomendo com ressalvas para leitores sensíveis.
Doss Michaels nasceu e cresceu num parque de caravanas junto ao rio St. Mary e tenta sobreviver como pintor. Abigail Coleman é a única e lindíssima filha do mais poderoso senador da Carolina do Sul. Um único encontro foi suficiente para perceberem que ficariam juntos para sempre. Casaram-se rapidamente em segredo. O rio, testemunha do amor de ambos, torna-se também um importante personagem. Testemunha de encontros furtivos e sonhos. Mas como o ritmo das águas, que não pode ser apressado, o futuro de ambos corre de forma imprevisível.Após quatorze anos de casamento, Abbie enfrenta uma doença terminal. Sempre a seu lado, Doss trava com ela uma terrível batalha pela vida. Quando Abbie elabora uma lista de dez coisas que gostaria de fazer antes de morrer, Doss faz tudo para ajudá-la a concretizar os seus desejos. E, antes que seja tarde de mais, partem juntos para a odisséia das suas vidas. Uma última viagem rio abaixo, um antigo sonho da época de noivado, e com eles levam a lista dos últimos desejos de Abbie.
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Olá! Confesso que terminei a resenha com os olhos cheios de água, entendi bem o porquê esse foi o mais difícil de concluir hein. Mas definitivamente não é uma leitura que faria nesse momento, perdi uma amiga e uma tia para o câncer nesses últimos dois anos, então posso dizer que entendo um pouco do que os protagonistas passaram e não pretendo reviver isso tão cedo (leia-se nunca, assim espero), mas imagino que apesar de difícil, é uma leitura que deixa marcas.
ResponderExcluirNem te conto que enquanto estava lendo recebi a visita de uma amiga que está passando por isso, está com câncer de mama em estagio 3, esperando cirurgia e quimio pelo SUS, senti a dor dela, a angustia da espera e o medo do futuro, mas acredito que tudo irá dar certo, estou orando muito por ela.
ExcluirSinto muito por suas perdas, imagino mesmo que deve ser difícil.
Por isso eu avido na resenha que tenho ressalvas em indicar para pessoas sensíveis, foi difícil para mim imagina para quem está ou já passou por situação semelhante?
Bom que você deixou seu comentário, Elizete.
Bjs
Livros com esse tema sempre me deixa marcas profundas. Não é realmente uma leitura fácil, mas aprecio muito o aprendizado que traz. Adorei a forma como explanou seus sentimentos. Histórias assim são dolorosas, tocantes e, ao mesmo tempo, escancara algo edificante e consolador também. Lerei em algum momento, mas não agora.
ResponderExcluirVerdade verdadeira, amiga.
ExcluirLeia quando estiver preparada, não é um livro para se ler em qualquer momento.
Beijokas
Não tem outra forma de terminar a resenha desse livro, com o coração apertadinho e os olhos marejados. Não somente pela luta e vida que ainda resta e como resta em Abbie, mas não vi apenas isso, o sofrimento, vi a esperança de viver esse tempo que resta, ao lado do amor, ao lado de quem seu coração escolheu e sim, o homem certo e com isso, nos mostrar que sim, a dor está ali, clara, crua e evidente, mas é preciso viver. É preciso concluir sonhos, é possível realizar sonhos.
ResponderExcluirNão é o que fica depois de tudo, é o que se vive a cada segundo ganho de presente!
Claro que já preciso sentir tudo isso, preciso muito!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Belo comentário, Angela.
ExcluirBjs