Maisie Dobbs – Jacqueline Winspear


Maisie Dobbs inaugura uma série que leva o mesmo nome e, acredito, tem um potencial imenso, pois mistura elementos de muitos gêneros de maneira promissora, instigante e sem dever em nada a cada um - o que leva a obra para um lugar interessante e instigante.

É preciso dizer, antes de tudo, que não é exatamente um livro de mistério - embora tenha um, especificamente. Esse primeiro título nos entrega mais um drama, que introduz o leitor no mundo da protagonista, uma investigadora em início de carreira pegando um caso que a levará para muitas memórias - que talvez ela não queira revisitar, mas que será preciso para o desenvolvimento do enredo.

A obra se passa numa Inglaterra dos anos 20, algum tempo depois do fim da Primeira Guerra e às portas do vislumbre de um possível futuro mais sereno e menos catastrófico.

Mas, para Maisie Dobbs, isso pode ser apenas o início de um longo processo de luto, que despertará dores, amores e um época que ela gostaria de simplesmente esquecer.

A autora conduz o livro de forma brilhante, em movimentos narrativos que mesclam presente e passado e revelando, página a página, marcas de personalidade dos personagens que são fundamentais para entender as ações. Cada personagem tem um lado muito humano, mostrando-se verossímeis, controversos e muito reais para o leitor.

O mistério em si não é o grande ponto. É interessante, mas não é absurdamente surpreende. O que mais importa aqui é como o livro mexe com as nossas emoções: em um período tão doloroso (e retratado de forma tão consciente e verossímil) como a Grande Guerra, vivenciamos as emoções de estar no front e todo o drama que decorre disso - principalmente na vida de Maisie.

Por fim, estou ansioso para conhecer a próxima aventura dessa protagonista que já amo! Acredito que agora a série vá para outros caminhos, igualmente interessantes, dramáticos e surpreendentes.

Boa leitura!

Aos 13 anos, Maisie Dobbs começa a trabalhar como criada em uma residência da aristocracia londrina. Sua patroa, a sufragista lady Rowan Compton, logo descobre a sede de conhecimento da menina e resolve patrocinar seus estudos.

Seu tutor é o famoso investigador Maurice Blanche, que percebe os dons intuitivos da moça e a ajuda a ser admitida na prestigiosa Girton College, em Cambridge.

O início da Primeira Guerra acaba mudando seus planos. Maisie se alista como enfermeira e parte para a França, servindo no front, onde perde – e também encontra – uma parte importante de si mesma.

Anos depois, na primavera de 1929, ela abre seu escritório como investigadora particular, seguindo os passos de Maurice, que lhe ensinou que coincidências são sempre significativas e a verdade, ilusória. Seu primeiro caso parece apenas uma trivial questão de infidelidade, mas acaba se revelando algo muito diferente, que a obrigará a enfrentar o fantasma que a assombra há mais de uma década.



4 comentários

  1. Só de ler Segunda Guerra, já dá um aperto no peito. Enredos assim mexem demais com todos e há leitores que nem conseguem ler nada do gênero, devido o sofrimento.
    Só sei dizer que essa nova Coleção da Editora chegou arrasando e sim, não vejo a hora de ler, mesmo tendo pouco mistério rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Olá! Eita que estou bem empolgada com esse novo selo da Arqueiro e estava ansiosíssima para conferir alguma resenha e finalmente “habemus” uma (risos), confesso que já tinha sido fisgada pelas capas e pela novidade em si, mesmo não sabendo muito sobre a história, mas agora posso afirmar que estou arrebatada e bem curiosa para ler, pois eu curto muito leituras que nos remetem a época da guerra, sem dúvida vai ser um bom começo e mais um selo para ser queridinho por aqui.

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  3. Olá Ronaldo, sabe aqueles presentes que quanto mais você abre a caixa, outras novas vão aparecendo até chegar o presente final? Senti isso na sua resenha sobre essa série. Eu tenho uma grande dificuldade em ler coisas no contexto das Guerras Mundiais, mas quando se trata de Londres... Meu coração chega a pulsar de ansiedade. Ainda mais pelo fato da autora brilhantemente misturar tantas características na escrita dela. Uau! Esse caminho entre o tempo presente, passado e futuro parece eletrizante. Já vou adicionar na minha listinha. Cheirinhos de livro novo.

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  4. Ronaldo!
    Um livro que mexe com nossa emoção e tem uma narrativa expressiva, é sempre interessante.
    Amo quando a ambientação é em tempo de guerra.
    E mesclar passado e presente nos dá a proporção de como tudo teve um início e poder acompanhar o presente.
    Deve ser bomdemais.
    cheirinhos
    Rudy

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