Antes de pegar a obra de Mary Shelley, desconstrua toda a imagem de Frankenstein. Ele é uma verdadeira surpresa e diferente de tudo que está no seu imaginário - posso garantir!
Através de uma prosa afiada, fluida, detalhada, a autora nos coloca dentro da cabeça de um cientista que está disposto a desafiar os limites da ciência. Para isso, sua ideia é construir um ser inanimado e, a partir disso, dar vida a esse ser. Só que ele acaba criando uma criatura "abominável". Um "monstro" que causa nele os piores sentimentos, tanto que, logo após, ele abandona a criatura no mundo, para lidar com todas as complexidades humanas.
O livro traz muitas questões morais, éticas e passa bem longe de tudo que foi construído pela indústria pop ao redor do mito Frankenstein; a começar pelo nome (Frankenstein não é o nome do monstro, mas do cientista), que subverte a imagem que se tem da história.
Depois, a própria criatura não é um ser ilógico, mas alguém que é dotado de uma sabedoria e formas evoluídas de comunicação, diferente do ser "mumificado", que grunge e não consegue falar, que muito foi disseminado pelo cinema.
Gostei principalmente porque não é exatamente um livro de horror. Ao menos não como esperamos. Ele está muito mais no campo de uma psicologia aprofundada, discute assuntos relacionados à ética, moral, questões que move a humanidade desde sempre - de onde viemos, para onde vamos, qual é o nosso propósito.
Apesar de ser diferente do que a maioria dos leitores espera, eu arriscaria dizer que sempre será uma experiência melhor, pelo inesperado de cada situação. Para mim, particularmente, foi uma delícia ter contato com a obra em si, com os diálogos, com os personagens, que são poderosos, bem construídos e muito próximos de uma universalidade humana - falo no sentido subjetivo.
Recomendadíssimo. Se você tem vontade de ler, não hesite. Se nunca teve, fica o convite para conhecer e ficar impressionado com o poder dessa história.
Boa leitura!
A princípio, tratava-se de um pequeno conto sobre um jovem estudante suíço que ambicionava criar um ser ideal, injetando vida a um corpo morto.Mais tarde, transformado em romance, tornou-se um marco na literatura do gênero. Frankenstein ou o Moderno Prometeu (Frankenstein; or the Modern Prometheus, no original em inglês), mais conhecido simplesmente por Frankenstein, é um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico, de autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida em Londres.O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro em seu laboratório. Mary Shelley escreveu a história quando tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817, e a obra foi primeiramente publicada em 1818, sem crédito para a autora na primeira edição. Atualmente costuma-se considerar a versão revisada da terceira edição do livro, publicada em 1831, como a definitiva. O romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura popular ocidental.
Sim, já havia lido algumas opiniões sobre a obra e sabia que em pouco lembrava o filme que assistimos e o que a mídia disseminou e confesso, fiquei com ainda mais vontade de ler, principalmente pelas tais questões morais.
ResponderExcluirQuero comprar uma edição caprichada para realizar esta leitura, a obra merece.
Um abraço.
Eu tenho uma edição de Frank(oh a intimidade rs) mas ainda não li. Esse livro parece descontruir mesmo a imagem que ficou formada em nós, desde pequenos. Do monstro. Da falta de humanidade e acredito que não seja bem assim, ou melhor, não é assim!
ResponderExcluirVou ler com toda certeza.
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Ronaldo!
ResponderExcluirVocê é uma das poucas pessoas que analisa esse livro como penso.
É mais uma crítica social e psicológica do que horror. O único horror é a criatura inanimada aparentemente.
No mais a Mary conseguiu incutir uma personalidade na criatura criada por Frankstein que poucos entendem.
Vi apenas uma adaptação que traz essa abordagem.
cheirnhos
Rudy
Olá! Muito interessante saber que essa é uma versão um tanto quanto diferente das que estamos acostumados, novidades assim são sempre bem-vindas, ainda mais sabendo que o horror vem em doses menores (meu coração agradece) e fiquei ainda mais impressionada pela data da publicação hein.
ResponderExcluirOi, Ronaldo
ResponderExcluirMenino, abandonei ele na metade! Kkkkk
Mas quero sim voltar e tentar terminá-lo.
Eu tava achando muito enrolado e já tava com raiva do Victor, aí larguei por um tempo, rsrs
Não achei tão profundo até as partes que li, porém me encanta as resenhas como a sua, que falam sobre a profundidade da trama e todas as reflexões que ele traz. Então, sei que preciso continuar, porque não quero perder nadinha dessa experiência.
Bjs