Percy Jackson e memórias literárias afetivas


Qual é o livro que te faz lembrar da adolescência? Aquele que vocês imploravam aos seus pais para te darem de presente? Aquele que te fazia ficar acordado até tarde, contrariando a recomendação de dormir cedo pois teria aula no dia seguinte? Eu tenho alguns, mas hoje quero falar de uma saga que acompanhou um bom pedaço dessa minha fase: Percy Jackson e os Olimpianos, de Rick Riordan.

A narrativa do menino semideus (metade humano, metade deus) filho de Poseidon é um misto de mitologia grega com personagens contemporâneos. A exemplo do próprio Harry, a saga acompanha o jovenzinho durante cinco anos, lutando e enfrentando monstros e criaturas mitológicas – que, até então, viviam apenas na página dos livros de História – ao lado de Annabeth (outra garota meio-sangue) e Grover, um sátiro atrapalhado e leal.

Eu tô falando sobre Percy porque, recentemente, decidi empreender uma releitura da série. Fiquei carente de livros que me despertassem memórias afetivas de um tempo em que eu descobria nos livros a salvação para muitas coisas da vida – não que esse movimento não continue acontecendo a cada bom livro que leio, mas vocês entenderam do que estou falando...

Percy me traz isso. Ele me lembra de mim. De quem eu fui, de como me formei através dos seus ensinamentos sobre amizade, companheirismo, amor, fidelidade e magia. Magia em acreditar que um livro é um universo de possibilidades abertas. Por serem tantas e por termos contato com ela quando estamos nos formando enquanto seres humanos (e sim, isso é também um movimento constante, mas especialmente enquanto somos adolescentes), é o que tornam esses livros tão especiais.

Acho que um dos pontos mais importantes para mim durante essas releituras tem sido perceber o quanto os personagens evoluem e crescem a cada livro. De um Percy de 11 anos no primeiro livro – contando sua história exatamente como um menino dessa idade – o acompanhamos atravessando a adolescência (até os 16, nesta primeira saga) e enfrentando dilemas reais, para além de toda a aventura fantástica. É brilhante olhar para trás e se sentir parte de tudo isso, como se você próprio tivesse sido – e ainda lhe restem resquícios – um filho de deus também (*salve, painho Hermes*).

Por isso meu carinho enorme por Percy e por cada personagem mitológico que ganhou vida no mundo contemporâneo através das palavras. E minha gratidão – eterna gratidão – a ele, que, de forma brilhante, nos trouxe esse fenômeno: Rick Riordan.

Minha recomendação – para além de Percy – é essa: aventurem-se nos livros que vocês foram para lembrarem-se de quem vocês são!



7 comentários

  1. Mesmo sem nunca ter lido Percy e toda sua saga, pude entender perfeitamente esse seu voltar ao passado, não como identidade, mas em busca de coisas boas a serem lembradas e sentidas.
    Eu não fui uma criança que lia quando pequena. Meu primeiro contato com os livros foi já tendo uns 13/14 anos. Eu fugia no horário do recreio para ir ao cemitério que ficava do lado da escola.
    De tanto pular o muro pra ficar no túmulo do meu avô, me deram como castigo, a biblioteca da escola em todo recreio.
    Descobri A Divina Comédia e? Não soltei mais(tanto que roubei o livro rs e não, não me envergonho disso rs)
    Mas por seu post, foi bom nesse momento, visitar meu passado e saber quem sou eu!
    Beijo e obrigada!!!

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  2. Adorei o post, até hoje não li essa série.
    Mas agora estou aqui resgatando na memória os livros que marcaram minha adolescência.

    Desde essa época não vou mentir que sempre gostei mais de Romance.As vezes um tanto clichês, mas gosto é gosto não é mesmo. Kkkkkkkkkkkkk
    Foi quando conheci umas das minhas autoras prediletas, Nora Roberts.
    Com o livro Um vizinho perfeito.
    E nos vários anos que seguiram nem sei dizer ao todo, quantos livros eu já li da Nora.
    Uma outra série bastante marcante pra mim neste período foi Harry Potter, gostei tanto que li mais de uma vez.
    Meu cartão da biblioteca local vivia lotado, está ai um lado meu que sinto que perdi um pouco.

    Marley & Eu, se não me engano foi um dos primeiros livros que comprei, com meu dinheiro, nem lembro mais com o juntei, comprei na revista da Avon, ele pequenininho, às paginas brancas(que eu não gosto muito), chorei tanto lendo esse livro que até hoje não consegui assistir o filme, mesmo sendo um livro de uma edição bem simples, tenho um carinho imenso por ele, e guardo até hoje.

    Chega de histórias por hoje e obrigada por me fazer lembrar desses momentos.

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  3. Ronaldo!
    Tão bom quando os livros trazem memória afetiva. Na minha adolescência era fissurada em Agatha Christie, Sidney Sheldon e os milhaares de romances de banca.
    Quanto ao Percy ttraz aquela fantasia gostosa com que nos identificamos, por que qual adolescente nunca quis ter poderes de super heróis? Ter te amigos inseparáveis por quem lutamos até o fim?
    Muito boa sua memória literária.
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Ah, como não viajar no tempo lendo uma postagem sobre memórias literárias. Já me vi na biblioteca da escola ansiosa para pegar mais um livro para ler, eu sabia de cor meu número no caderno (447) e era a menina que mais pegava livros emprestados.
    Lembro do meu primeiro capa dura, a moça da biblioteca perguntou se eu realmente iria ler um livro tão grosso e pesado. Lembro de ter rido na época, porque livros daquela espessura era fichinha para mim. O livro era "Alice no país das maravilhas", lindo de morrer e com uma história que me fez viajar, tanto que li duas vezes.
    Meu primeiro romance de época foi "Flor do Pantano", de Patricia Potter, um romance de banca que peguei emprestado e nunca devolvi #mecondenem
    Amei o post do Ronaldo, ele sempre me faz viajar em leituras novas e assuntos que me fazem pensar.
    Valeu Rô por sempre engrandecer as postagens do SR.

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  5. É sempre muito bom quando conseguimos nos reencontrar ou revisitar aquilo que fomos através dos livros e esse sentimento promover algo bom. Amo Percy Jackson, já li a série na adolescência, mas a série me faz sentir exatamente assim. ❤

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  6. Olá! Ahhh minha adolescência foi rodeada por muitos vampiros (risos), entre eles Crepúsculo e Diário de um vampiro, que, foi um dos meus queridinhos por muito tempo, tinha a coleção completinha, mas doei para a sala de leitura da escola em que trabalho. Ainda não consegui ler essa saga, mas vire e mexe me vejo tentada a me aventurar junto com Percy nesse mundo tão incrível.

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  7. Olá Ronaldo
    Lendo a sua resenha tão linda sobre a memória afetiva que temos com a leitura eu lembro de meu querido e saudoso pai .
    Sim eu adquiri o hábito da leitura com ele .morávamos na roça e sempre que meu pai ia na cidade ele trazia jornal . E aquilo era uma felicidade para mim .pois náo tínhamos televisão e era uma das maneiras de sabermos o que estava acontecendo no mundo .
    Lembro ainda hoje que mesmo depois de tanto tempo .Mesmo tendo adquirido o hábito de ler livros .quando eu já adulta e casada chegava na casa de meu pai , pegava os jornais para ler .
    Você fala sobre livro eu falo sobre jornais pois é o meio de comunicação que mais me aproxima de meu passado e com meu amado pai .
    E mesmo ele não estando mais aqui comigo essa lembrança é parte de mim .
    Bjs

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