Já não é de agora que conheço a querida Paola Aleksandra, mas esse é o primeiro livro dela que leio, e eu tinha certeza que ela conseguiria passar para sua história o que de mais lindo ela tem na sua personalidade: sua doçura, sua alegria e vontade de viver. Como não sentir a Paola nas entrelinhas dessa trama tão bem escrita, e que traz uma carga emocional que mesmo forte não é pesada. Ela nos presenteia com uma história bem embasada na época em que se passa e transmite toda a leveza de sua personalidade.
Temos aqui a história de Anastásia, uma mulher que ousou ser ela mesma numa época onde na sociedade prevalece a voz do homem. A narrativa começa na França, cidade natal de nossa protagonista. Casada e subjugada por um casamento abusivo, Anastácia acaba sendo trazida para o Brasil e presa em um manicômio. Depois de alguns anos ela recebe uma notícia que poderá finalmente por fim ao seu sofrimento e dá a ela armas para finalmente ser livre para recomeçar a vida.
Não tem como não se encantar com a escrita de Paola Aleksandra. De uma maneira que só ela soube fazer, Paola nos brinda com cenários que mesmo quem mora no Brasil, como eu, jamais soube existir. Peguei-me indo para o Google pesquisar os lugares por onde Anastácia caminha com seu querido Benício, e consegui assim me localizar, e de certa maneira caminhar junto, vendo pelos olhos dos personagens os cenários de 1880.
Nota-se aí a preocupação que a autora teve na pesquisa histórica para situar o leitor ainda mais dentro da trama. Ela nos faz ver como a mulher era tratada naquela época, como era subjugada, maltratada, denegrida, agredida e calada de maneira tão vil. Chega a doer tamanha a vontade de gritar por justiça, mas imagino que agindo assim eu também acabaria indo parar no hospício.
Palmas para Anastácia que soube ser paciente para agir no momento certo e mesmo aceitando o destino que lhe foi imposto aprendeu, mesmo que a duras penas, se soltar das amarras e mostrar que uma mulher poder superar a dor e a humilhação, e ser livre.
Apesar de tratar de assuntos como o preconceito, feminismo e racismo o livro não avilta o leitor. São assuntos fortes tratados com leveza e delicadeza sem deixar de mostrar a realidade da época. Faz-nos pensar na luta diária que a mulher trava desde aquele tempo até hoje, e que mesmo sofrendo as maiores decepções, todos os dias subimos um degrau na luta por um espaço, por voz, por liberdade.
Mesmo que o foco central da trama não seja o romance ele está presente na narrativa de forma leve e sucinta. Anastácia e Benício, assim como outros personagens da trama, têm muito amor para dar, muitas lutas para travar e vencer.
Gostei muito e recomendo a leitura.
Gostei muito e recomendo a leitura.
Anastácia carrega na pele as marcas deixadas por um casamento odioso. Em sua última noite como uma mulher livre, ela perdeu o controle do seu futuro e acabou presa no famoso hospício para alienados do Rio de Janeiro. Mas agora, três anos após sua internação, Anastácia precisará enfrentar o passado e descobrir como recomeçar. Quem ela escolherá ser longe do peso do título de Condessa De Vienne?
Graças ao Jornal das Senhoras, Benício de Sá é conhecido como o Bastardo do Café. Lutando diariamente contra a opressão do pai – um dos mais poderosos cafeicultores do Brasil – ele encontrou na construção cívil a oportunidade perfeita de mudar seu futuro e deixar uma marca no mundo. Contudo, enquanto a Empreiteira de Sá conquista o cenário
carioca, Benício continua preso ao passado e às marcas que carrega na alma. Será que um dia ele conseguirá libertar-se por inteiro das garras do seu pai?
Anastácia e Benício se conhecem em meio à ruína, mas é durante a esperança de um novo começo que eles se reencontram. Agora resta saber se estão prontos para recomeçar.
Eita que eu amo romances de época, por isso o livro já me conquistou, ainda mais com essa capa linda. Ainda não tive contato com a escrita da Paola, mas essa história parece ser daquelas lindas, que te deixam sorrindo ao final da leitura, ao mesmo tempo em que choca com as verdades de uma época tão devastadora para mulheres e classes inferiores e também nos dá ainda mais forças (e motivos) para continuar lutando por igualdade e um mundo menos cruel, tenho certeza que nossa protagonista inspirará muitas outras mulheres.
ResponderExcluirCom certeza essa é uma história inspiradora. Vale a pena conferir.
ExcluirLeia Elizete, e depois me conta o que você achou.
Bjs
Este novo livro da autora tem dado o que falar e mesmo que eu ainda não conheça suas letras, não dá para negar que depois de ler uma resenha assim, o coração fica aquecido!
ResponderExcluirAnastácia carrega não só no corpo as dores do passado, mas também marcas na alma que devem ser tão doloridas e mesmo assim, ela busca forças em si mesma para recomeçar!
Mesmo que o romance não seja o foco central, Paola foi atrás de informações e não colocou um enredo apenas por colocar, ela conseguiu ir bem além.
Benício também tem algo que precisa ser resolvido e já estou aqui na torcida para que tudo termine bem!!!
Lista de desejados com certeza.
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Você vai amar, Angela!
ExcluirBjs
Leninha!
ResponderExcluirAcompanho a Pah há muitos anos no blog e sempre tive um carinho bem especial por ela.
Saber que ela conseguiu concretizar um sonho antigo de escrever um livro e ainda mias um romance de época histórico, bem embasado, com pesquisas bem feitas, me enche de orgulho, sabe? Poder ver o sucesso que está tendo.
Claro que a curiosidade em poder acompanhar toda saga de Anastácia e Benício, está me corroendo, mesmo com temas fortes e dolorosos.
cheirinhos
Rudy
A Pah é muito talentosa, merece o sucesso que está tendo.
ExcluirVocê vai amar Anastácia e Benício.
Bjs
ola
ResponderExcluirLI o livro e gostei muito PAOLA É uma pessoa autentica que transmite alegria docilidade
TAMBEM senti isso na ANASTACIA uma mulher que mesmo sofrendo horrores tramiste otismismo e leveza no jeito de ser , de encarar a vida e ver que é possivel sim recomeçar mesmo passando por tantos obstaculos como ela passou
O livro tambem traz o valor da amizade da fraternidade ,de olhar para o outro com um olhar de amor de bondade
o titulo faz jus a estoria pois para recomeçar é preciso ser livre soltar as correntes que nos prendem a uma situaçao de sofrimento lutar sempre pela felicidade da qual todos temos direito
PENSO que a autora nesse romance mostra tambem a terrivel situaçao pela qualtantas mulheres vitimas da violencia daqueles que juraram ama-las passam
termino com um pequeno trecho de um pensamento do BENICIO perante a escravidão que ele ve na rua que é assim
"COMO se o exercicio de propriedade sob outro ser humano fosse sinonimo de poder quando na verdade é que afortunados são os que reconhecem o valor precioso por traz da liberdade e da fraternidade'
bjs
Fiquei tão emocionada com o seu comentário, Eliane. Obrigada por ler o livro com o coração aberto ♥
ExcluirOi, Leninha! Tudo bem?
ResponderExcluirEstou pensando em como começar essa resenha, mas confesso que faltam palavras. Acompanho seu blog desde o começo do Livros e Fuxicos e me sinto honrada - emocionada e feliz - por ver Livre para Recomeçar sendo resenhado por aqui. Sinto tanto carinho por essa história e por tudo o que ela me ensinou. Que bom que a trama te envolveu, te fez refletir e, ao mesmo tempo, deixou um sentimento de leveza. Obrigada pelas palavras, pelo carinho e por tanto apoio. Sério, estou muito feliz!
Beijos,
Pah
Eu que me sinto honrada toda vez que você diz que me acompanha a anos, sabe o que significa para um blogueiro ser admirado por uma pessoa tão querida e ainda mais com a profissão que você tem de autora?! É para deixar qualquer um emocionado.
ExcluirEu agradeço imensamente pela oportunidade de ler seu livro, reitero cada palavra que escrevi na resenha, admiro sua personalidade e senti você em cada palavra escrita.
Grande beijo e por favor, volte sempre.