As Bruxas de Oxford – Larissa Siriani

A primeira vez que li As Bruxas de Oxford eu tinha dezessete anos. E lembro, precisamente, do quanto a leitura foi mágica pra mim: estava no auge da minha vida de leitor de fantasia, embebido pelo fenômeno crepúsculo (e todo o movimento que o livro da Meyer causou no mercado editorial) e, de repente, eu tinha Larissa Siriani também escrevendo esse gênero. O mais incrível de tudo? Livro brazuca, eu poderia ter contato com a autora, etc. etc.

Pula pra 2019, eu com 24 anos, outro rolê de leitura e cá estou eu pra falar de As Bruxas de Oxford. Diria que foi como voltar no tempo. Reler esse livro foi sentir o gostinho da minha adolescência, foi torcer de novo, vou adivinhar os rumos sendo surpreendido. E como foi boa a leitura, mesmo muito tempo depois.

O enredo acompanha a estória de Malena, uma jovem garota albina, sétima filha de seis irmãos homens, que vê sua vida mudar quando seus pais decidem voltar para Oxford, sua cidade natal. É lá que ela vai se descobrir no meio de acontecimentos inexplicáveis: toda as vezes que perde o controle de suas emoções coisas estranhas acontecem – portas explodem, lâmpadas apagam e balcões tremem.

Ao tempo em que precisa se adaptar à escola local, fazer novos amigos, a garota precisa lidar com o fato de estar descobrindo os motivos reais que a levaram até a cidadezinha no meio do nada e, principalmente, o que a levou até àquela Casa Azul.

Com um gato absolutamente suspeito – que é também, um personagem extremamente intrigante – Toy, Malena vai acabar descobrindo que dentro dela habita a alma de uma bruxa que, por uma profecia/maldição acaba voltando para se vingar, uma a uma de suas irmãs, que também voltaram e pretendem acabar com a cidade.

O enredo parece clichê, mas tem pitadas muito originais de uma voz autoral da Larissa. Acho que a construção dos cenários e das personalidades dos personagens são o ponto alto da narrativa, conduzindo o leitor por um jogo de revelações que se mostra interessantíssimo ao longo da narrativa.

O livro também tem todos os elementos clássicos do gênero.   É uma fantasia juvenil, com um casal que se apaixona, uma das partes precisando salvar o mundo – ou uma parte dele – de uma catástrofe iminente, magia, escola, dramas adolescentes. Nisso o enredo não deve em nada. 

Ressalto, porém, uma diferença que percebi entre as duas leituras que fiz: acho que senti falta de elementos mais brasileiros na trama. Claro que tais elementos dependem de como o autor quer contar sua estória, da maneira como ele escolhe coloca-la para os leitores e até da época em que foi escrita, por isso tento entender o livro como um reflexo tanto da subjetividade do autor quanto do cenário editorial no qual ele foi concebido.

Embora o livro faça parte de uma trilogia, esta primeira estória acaba fechadinha e resolutiva, dando a opção do leitor escolher continuar ou não a série (mas continuem! pois impossível), o que acho muito positivo.

No mais é isso, leiam, se deliciem e aproveitem essa Black Friday pra ir correndo nas redes sociais da Larissa adquirir o seu – merchan pago com o amorzinho que sinto pega estória haha.

Boa leitura!
A antiga Casa Azul nunca foi cenário de boas histórias. Há mais de cem anos, dizem, era lar de sete bruxas que foram queimadas na fogueira e que juraram vingança.
Mas é quando Malena, seus pais e seus seis irmãos mais velhos se mudam para lá que a lenda se prova verdade. Coisas estranhas começam a acontecer sempre que ela se exalta, e, de repente, ela se descobre cercada por um passado que ela até então desconhecia, e condenada a consertar os erros de uma vida passada. E, quando os velhos inimigos começam a aparecer, Malena vai perceber que certos sentimentos se carregam para além da vida.

3 comentários

  1. Olá! Confesso que não conhecia a história, e pelo jeito meio que já passei um pouco da faixa etária do público alvo, mas nada que me desanime a dar uma conferida na história, afinal amo histórias com bruxas (até me considero uma). E outro ponto positivo é saber que temos aqui uma autora nacional, uma pena não ter explorado nossas riquezas místicas (que são muitas e maravilhosas) na história, mas nada que me desanime. Uma ótima noticia saber que não vou sofrer de ansiedade no final da leitura pelo próximo livro, mas como boa brasileira não pretendo parar no primeiro neh!

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  2. Que capa linda!!!!Admito que ainda não conhecia o livro e nem o trabalho da autora, mas oh, se é literatura nacional, se tem todo esse universo juvenil e com essa pitada generosa de magia e encantamentos, estou mais que dentro!!!
    Bruxas sempre povoaram o imaginário de muitas mulheres, principalmente. Dizem por aí, que todas nós, mulheres, temos uma pontinha de bruxa em nós!Prefiro acreditar que seja verdade!rs
    Mistérios e descobertas...e romance!!!
    Gostei de saber também que mesmo sendo somente o primeiro livro, a história terminou fechadinha.
    Listinha de desejados com certeza e viva nossa literatura nacional!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  3. Ronaldo!
    Bom ver uma escrita nacional trazer um livro de fantasia bem escrito, cheio de detalhes e que envolve o leitor.
    Fiquei foi curiosa para conhecer Toy e saber toda magia que o envolve e porque fica sempre perto da protagonista.
    Gosto de livros com o tema bruxaria.
    cheirinhos
    Rudy

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