A Luz Entre Oceanos - M. L. Stedman

Ganhei esse livro já faz algum tempo e nunca pensei que o leria tão rápido. O que mais me chamou a atenção foi essa linda capa, que apesar de nos remeter a imaginar que leremos um romance entre um casal que vive isolado em uma ilha — e isso pode fazer a imaginação girar para diversos lugares —, nos deparamos com bem mais do que isso.

O que pensar sobre o mote desse livro? Juro como não consegui não me colocar no lugar dos protagonistas da trama. Tom é um homem calado, que guarda dores da guerra e usa o isolamento da ilha do farol como um escudo, um lugar para pensar, como um refúgio. Tudo iria bem se sua amada, aquela a quem ele entregou seu coração não tivesse sofrido dois abortos, o que levou junto sua vontade de viver.

Um barco transportando um homem já morto e uma criança faz com que as esperanças e o sorriso volte aos olhos de sua amada, mas isso seria o suficiente para que ele agisse contra as leis e escondesse uma verdade que pode trazer consequências tão devastadoras?!

Em todo o momento da leitura tentei me colocar no lugar dos personagens. Me vi  como Tom e toda a confusão de sentimentos e da consciência pesada que ele suportou por muitos anos. Senti-me no lugar de Isabel que perdeu seus filhos ainda na barriga e que viu naquela criança naufraga a esperança e a cura para todas as suas dores. E por fim, me vi no lugar de Hannah que além de perder seu grande amor ainda perdeu seu bebê, ninguém merece sentir tanta dor e ao mesmo tempo viver o vazio de não saber o destino de sua filha ainda tão pequena.

O livro nos coloca à frente de tantos conflitos, tantos questionamentos que me senti cansada quando terminei a leitura, e de certa maneira fiquei frustrada com tanta informação e ao mesmo tempo com um final que não me deixou tão satisfeita. Veja bem, o livro é muito bom, bom mesmo, mas a meu ver faltou alguma coisa, parece que nesse caso não tivemos finais felizes, apesar de tudo se resolver tão “bem” para todos. Aí que mora a maior questão do livro: será que o certo a se fazer é realmente o correto?!

Uma história que nos faz refletir, que nos deixa com a sensação de que nossas escolhas nem sempre são as mais acertadas, e que as consequências de nossos atos podem nos tornar reféns dos nossos erros, e presos numa teia sem fim de medos. Esse é um livro que eu recomendo com a certeza de que ao seu término o leitor ficará assim como eu, embasbacado.

P.S.: Não tive coragem ainda de assistir ao filme, medo de que de alguma maneira tenham estragado com o enredo a ponto de o livro ter perdido o encanto.

Tom Sherbourne é um homem traumatizado pela sangrenta Primeira Guerra Mundial, que retorna à terra natal, a Austrália, para tentar reconstruir sua vida. Sua busca por paz o leva a ser o mais novo faroleiro de Janus Rock, uma ilha isolada ao oeste da costa australiana. Ele e sua mulher, Isabel, vivem bem, até ela sofrer dois abortos espontâneos e descobrir que não pode ser mãe.
Um dia, um barco naufragado aporta na ilha. Nele, estavam um homem, já morto, e um bebê, ainda vivo. Este fato trágico e inusitado reacende a esperança de Isabel de ter um filho, fazendo o casal tomar uma decisão que marcará suas vidas para sempre. Quebrando todas as regras, Tom não registra o acidente com o barco nem a chegada inesperada daquele bebê. O jovem casal se torna protagonista de um drama moral, numa escalada de eventos com desdobramentos devastadores.
O isolamento proporcionado pela ilha é a proteção do casal do mundo externo. Ninguém praticamente visita o local e, sendo assim, é muito fácil criar Lucy longe dos olhos da comunidade mais próxima. Mas nada dura para sempre, e o afastamento é quebrado quando o casal deve apresentar a filha aos avós maternos e uma cerimônia de batismo é providenciada. Ali, Tom, para sua infelicidade, descobre que sua Lucy tem uma mãe – que jamais se recuperou do desaparecimento do marido e da filha no mar. Tom não quer mais pesos na consciência do que já tem e fica tentado a revelar a verdade. Mas Isabel o desafia e questiona seu amor por ela.
Tom toma sua decisão. E as consequências são terríveis para todos. O faroleiro, responsável por iluminar o caminho dos navegantes em alto-mar, vê apenas uma trilha escura à sua frente. Escrito por uma advogada que aborda os limites da ética e os dilemas morais sob diferentes pontos de vista, A luz entre oceanos é um livro sobre perdas trágicas e escolhas difíceis, sobre a maternidade e os limites do amor.

6 comentários

  1. Sabe quando você começar a ler algo e se pega dizendo a si mesma:já vi isso antes.
    E realmente vi!rs
    O filme!!!
    Admito que não sabia da existência do livro e por não ter lido ele, não sei ao certo se houveram falhas assim tão grandiosas.
    O filme traz o sofrimento do casal, suas dores e mostra de certo modo, até que ponto podemos ser cúmplices e acho que a maior das perguntas: O amor sobrevive a tudo?
    É possível fazer de tudo, sendo certo ou errado, por quem amamos?
    Agora quero muito poder conferir o livro sim e oh, indico o filme!!!!
    Beijo

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    1. Vou ver se já está na Netflix, agora que li o livro já dá para assistir.
      Bom que você gostou.
      Bjs

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  2. Leninha!
    Sofri muito ao ler esse livro, é bem como falou, ficamos pensando o que seeria o correto a se fazer, é a tal da Lei Salomônica, né? Um dos lados sempre irá sofrer com a decisão. Infelizmente nosso coração por vezes é traiçoeiro e espera uma solução mais justa, porém isso não acontece no nosso dia a dia e só por causa disso, aceitei o final, mesmo que engasgada...
    Depois de muito tempo, vi o filme e chorei tanto...
    Livro vale mesmo a pena de ler.
    cheirinhos
    Rudy

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    1. Sofrer com essa leitura é quase natural, só lendo a sinopse já se imagina mesmo o quão densa é a trama.
      Eu gostei bastante e ainda pretendo ver o filme, será que irei chorar?!
      Bjs Rudy!

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  3. Histórias com muita carga emocional eu prefiro o filme ao livro, assim sofro menos. Depois de alguns dias lendo o livro me sinto acabada. Apesar que no filme tb não se pode fugir do sofrimento. Pra mim, o mais injustiçado foi o Tom, acho que ele merecia ser muito feliz, o que me fez não gostar da Isabel, de modo geral, achei muito egoísta.

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    1. O livro sempre é mais denso, nossa imaginação cria um cenário ainda mais forte do que o filme, claro.
      Também acho que o Tom merecia ser feliz, até mesmo com Hannah, seria um final maravilhoso já que Isabel realmente foi muito egoísta. Mas quem somos nós para julgar, né?!
      Amei a leitura, mesmo com o final um tanto "assim".
      Bjs

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