Não temos Wi-fi – Vários autores

Não temos Wi-fi é tipo uma conversa que você tem com seu melhor amigo ou com um desconhecido. É tipo "ei, presta atenção aqui no que eu tô falando, me dá sua opinião, desliga esse celular". É algo como "qual a senha que uso para acessar você?".

O livro compila histórias de internet e de arquivo pessoal dos autores, que costuram suas palavras em quatro partes  pintadas com cores cotidianas, de rua, arte, poesia e crítica . 

Através de fragmentos de textos, pensamentos soltos e comentários sobre os mais diversos temas que Cyelle, Lau, Letícia e Linaldo constroem a narrativa do livro. As pautas não seguem uma linha temporal ou um recorte específico; eles vão escrevendo, a gente vai lendo, a conversa vai sendo construída. E é essa a chave da leitura: a despretensão. Uma despretensão boa que ressoa no leitor página a página.

Eles partem de experiências pessoais para explorar ideias universais de coisas abstratas como amor, saudade, busca pela felicidade, até realizações do mundo moderno, como o advento da tecnologia e as novas maneiras de estabelecer relações.

Os autores caminham pelos vales narrativos da opinião - crítica de literatura, teatro... - da crônica - pequena, dois parágrafos, coisa rápida - e da própria inquietação diante das produções de internet, seus aspectos positivos e negativos. E isso é bom porque eles permitem que os leitores reflitam sobre suas próprias experiências com essas coisas (e concordem ou discordem deles). Nada é tão fatalista ou determinista.

Não temos Wi-fi é um convite para, por alguns instantes, desligar a rede e conversar olho no olho - palavra na palavra, melhor dizendo. É a abertura de um portal de possibilidades de conversa que a gente tem perdido. E tudo isso sem senhas, só com doses de humanidade mesmo.

Contistas, romancistas, escritores, poetas refletem e observam a realidade, traduzindo sua percepção crítica na construção solida de reflexões e denúncias sobre uma realidade ácida, líquida, conturbada e corrupta.
Os autores envolvidos na produção da obra, estão conectados pela sintonia de seus intelectos individuais, comunhão percebida no desenvolver das temáticas trazidas, que embora produzidas a maneira particular de cada um, amarram-se em assuntos políticos, sociais, críticos e culturais.

4 comentários

  1. Sabe o que disse a minha amiga estes dias caminhando no maior frio as cinco e meia da manhã??
    Que a melhor hora do dia era aquela, onde a gente podia falar de tudo e rir de tudo, até do queixo batendo de frio.
    Ela sorriu e disse: podemos trocar msg o dia todo, mas nada paga isso aqui. Sabe, o apontar o dedo, tropeçar, rir..ali, olho no olho!
    Como não conhecia o livro, claro que já quero muito conhecer e quem sabe indicar a tantas pessoas que hoje fizeram do mundo virtual, seu mundo irreal.
    Beijo

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  2. Graças a Deus eu posso dizer que estou cada vez menos apegada om o celular e redes sociais, talvez seja a idade (rsrs), mas também pode ser pela necessidade de contato pessoal, só sei que tudo o que é demais, mesmo sendo legal, nem sempre faz bem...
    Obs: Adoro livros om histórias curtas, a leitura flui.

    Beijo e desculpa o sumiço viu.

    Van.

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  3. Ronaldo!
    Interessante ver um livro que aborda esse tema, da conversa mais pessoal, olho no olho, principalmente em uma época onde tudo gira em torno de celulares, tablet, redes sociais, senhas de wi-fi.., enfim, o isolamento.
    E melhor é que a construção dos diálogos é feita de forma despretenciosa e vamos nos envovendo com a leitura no passar das páginas, sem nos preocuparmos com o que se refere realmente o plot do livro.
    Bacana!
    Desejo um mês repleto de realizações!
    “O que eu sinto eu não ajo. O que ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se entendesse.” (Clarice Lispector)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA JUNHO - 5 GANHADORES
    BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  4. Acho a pegada do livro bem interessante até porque traz aquela auto-reflexão do cooperado nós somos com a tecnologia hoje em dia extremamente dependentes e viciosos a ponto de que se não conferir a rede social favorita nos próximos 10 minutos é capaz de ter um colapso eu sou assim mas ultimamente eu tenho deixado Esse vício um pouco de lado mas é um pouco difícil quando em reuniões de família todo mundo fica no seu telefone e ninguém interage pessoalmente é um pouco frustrante ao ver que o avanço da tecnologia fez com que nos retrocedemos na interação social

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