Londres, 1833. Quando numa noite Lady Viola conheceu o galante visconde John Hammond foi amor à primeira vista. Vendo-se repentinamente envolvida numa relação séria, só se apercebeu da chocante verdade após o casamento: o seu amado John nunca tinha gostado dela verdadeiramente, casando com ela apenas pela sua fortuna... e o pior, é que ele não via nada de errado nisso. Desolada, Viola jurou nunca mais permitir que o canalha que a tinha enganado se voltasse a deitar com ela. John, na verdade, nunca teve a intenção de ferir a bela e determinada mulher que se tornou numa estranha para ele. Agora, depois de anos de um casamento faz de conta, ele precisa de um herdeiro, e vê-se confrontado com um intrigante e atraente desafio: ter de seduzir a sua própria mulher. Ele tem de convencer Viola a regressar ao seu leito matrimonial, mas desta vez pode ser ele o único a perder o coração.
Pensa numa história em que o mocinho trai a mocinha durante nove anos.
Hum?
Agora, me diz se mediante tal afronta você não acalentou a imagem dele sendo atormentado por satã no inferno escaldante para todo sempre?
Pois é, mas aí vai o improvável: amei o cara.
A-M-E-I.
Mas antes que uma turba emputecida chegue até mim com tochas e brados de “queime a herege”, dexeu explicar.
Tempão que este livro estava na minha vasta lista. Anos, pra ser mais precisa.
Só que eu não lia porque não tinha o bixim na estante e também porque ficava cabreira, afinal, uma penca propalava o quão bosta era o mocinho.
Fora o tema infidelidade que, por definição, escangalha a boa vontade.
Mas um dia, o livro caiu na minha frente e decidi encarar.
Sabe uma história muito, muito boa mesmo? Que te envolve tanto a ponto de você se esquecer da vida lendo e, por isso, passa o dia seguinte descompensada pela abastança de soneira?
Na cama da paixão é o terceiro livro de uma série e conta a história de John e Viola.
Os dois são casados há quase nove anos, mas se odeiam, segundo as más línguas. Vivem vidas separadas – por uma situação do passado – e geral sabe disso: se um deles é convidado para festas, o outro nem fodendo.
John, nesse meio tempo, sai pegando a mulherada já que é impossível um pinto como o dele ficar ocioso.
Até que um dia acontece um troço e ele precisa de um herdeiro. Com a esposa. Que não quer ver ele nem besuntado de brigadeiro.
Pera...
Bem, mas o fato é que a história começa nesse ponto e basicamente gira em torno dessa reconquista. Ele precisando recuperar Viola extremamente ferida depois de tanta merda por ele defecada no período em que estiveram separados.
E tudo vai sendo desenvolvido de uma maneira leve, embora o tema seja tenso.
Aí é que falo, tem traição que a gente entende os paranauê. Olha bem: entende, não concorda. No caso dos mocinhos, John realmente foi um filho da puta, mas ele conseguiu se redimir, pra mim. Não vou falar os porquês e nem como, se não conto o livro inteiro e muito da história é sobre a redenção do cara.
Sei que muita gente não se convenceu e continua torcendo pra ele morrer seco e arreganhado, contudo eu perdoei. Porque sou fácil assim. :/
Mas sabe por que John me ganhou? Porque ele não tentou ser quem não era, não tentou dar desculpas esfarrapadas, nem mentia pra mocinha. Ele era sincero na sua patifaria.
E incrivelmente apaixonado por ela.
Senti isso em cada linha da história.
Aí você pensa: se fosse apaixonado, não traía. Bem, levemos em conta a mentalidade da época, o contexto, os valores. Era normal pra alta sociedade sair pegando geral, desde que discretamente, já que a maioria dos casamentos era negociado e não baseado em amor.
E John seguiu esse fluxo, mesmo estando apaixonado.
E olha que nem entrei no mérito de que ele era incrivelmente atrevido, hilário e espirituoso.
A mocinha? Osso duro de roer. Viola não facilitou, pelo contrário, e ele teve que ralar MUITO pra conseguir o perdão.
E não espere longos e melequentos discursos de John pedindo desculpas pelo vacilo. Sim, o meliante não profere as palavras, mas se você prestar bem atenção, suas ações vão fazendo isso por ele.
Amei, amei totalmente e, claro, favoritei.
E se você, caro leitor, agradou e se interessou pelo livro, tenho que te dar uma notícia de merda.
Na cama da paixão foi publicado aqui no Brasil pela Nova Cultural com o nome de Nosso amor de ontem. Mas a desgraça está no fato de que a história foi impiedosamente estropiada para caber nas parcas páginas dos livros de banca. Ou seja, metade da história foi cortada. Isso fode ou não com tudo?
Ebooks com o título Na cama da paixão rolando por aí? Essa mesma versão estropiada da NC.
Como ler? Comprando pela Wook de Portugal.
Dinheiro? Aí, colega, se você souber como arrumar, conta pra nozes que nozes agradece.
Recomendo demais da conta.
;)
Como falar algo sobre a resenha de um livro que a gente já quer mas que já sabe de cara que não poderá ter??
ResponderExcluirAí é pra acabar com o tesão!rs
Muita sacanagem fazer a gente, pobre leitor, ler uma resenha inteira para chegar no final e dizer na lata:Cê vai ficar só na vontade de ter e ler esse livro, chuchu!
Claro que não conhecia o livro e mesmo tendo os dois pés e a testa bem longe disso de chifres e afins, gostei muito do enredo.
Afinal, não é só a questão da libertinagem do cara,mas do perdão. Do deixar o amor vencer só pra variar. Será possível mesmo perdoar anos e anos de traições? Será que alguém consegue de fato confiar outra vez e com isso reconstruir um amor?
Não sei, sinceramente, não sei.
Sei que vou ficar só na vontade de ler e saber do final né?rs
Beijo
Suas resenhas são sempre as melhores!
ResponderExcluirPor mais que não goste do tema, tenho vontade de ler apenas pra saber o quanto concordaria ou não com você.
Acho difícil gostar e perdoar um mocinho por tantos anos de traição. Ainda mais, quando lemos frequentemente sobre personagens apaixonados, que fazem de tudo por suas amadas.
Já sei que não poderei ler esse livro, ficarei apenas na vontade mesmo.
Beijos!
Tícia!
ResponderExcluirJá sabe o tamanho da minha admiração por você através de suas resenhas, é simplesmente demais.
Não sou a favor de traição de nenhum tipo, entretanto, tem alguns casos como aqui, que devemos entender o conceito, a época e a mocinha, porque pelo visto, ela é que é adifícil da história, né?
Fato é que quero ler e conferir se serei contra ou a favor da sua opinião.
Maravilhosa semana!
“O meu objetivo é colocar no papel aquilo que vejo e aquilo que sinto da mais simples e melhor maneira.. “(Ernest Hemingway)
cheirinhos
Rudy
O mocinho é um safado, mas ele é totalmente irresistível.
ResponderExcluirEu adoraria ler o livro físico, mas tive que me conformar com um PDF com umas 132 páginas. 🙁