Duas garotas. Uma fraude. Duas garotas. Uma amizade. Duas garotas. Um segredo. Duas garotas: uma buscando liberdade, a outra, oportunidade. Imogem e Jule são protagonistas e antagonistas. São fortes. São determinadas. São parecidas. Elas não curvam a cabeça. São capazes de sorrir em situações perigosas. Têm mais em comum do que a rasura pode insinuar.
E. Lochkart é loquaz e eficiente na trama que se propõe a escrever. É direta, concisa. É breve, sem perder a profundidade. É mordaz e articulada. Fraude Legítima é misterioso em doses homeopáticas. É audacioso e dinâmico. É inquietante e curioso.
A história é pretensiosa em todos os bons e legítimos modos: tem diálogos sagazes, personagens interessantes e flui como água corrente em mar aberto. O tom enigmático é surpreendente e a narrativa parece um filme de ação cujo passo seguinte é incerto, amedrontador e imprevisível.
A história é pretensiosa em todos os bons e legítimos modos: tem diálogos sagazes, personagens interessantes e flui como água corrente em mar aberto. O tom enigmático é surpreendente e a narrativa parece um filme de ação cujo passo seguinte é incerto, amedrontador e imprevisível.
Quando li Mentirosos percebi que a autora escreve de uma maneira muito própria e característica. Quando li O histórico infame de Frankie Landau-Banks, eu confirmei. E agora, quando li Fraude Legítima atestei que, mesmo pintados de uma mesma aquarela, cada um desses livros mostra faces diferentes e atraentes de uma autora de voz poderosa.
Neste especificamente ela conduz o leitor em uma odisseia sigilosa, quase um sussurro de palavras que vai fazendo as páginas virarem como se involuntariamente. Mesmo que em certo ponto os mais atentos desconfiem das situações antes que elas aconteçam – e elas, de fato, se tornem reais – o delicioso da história é ver como essas coisas serão contadas.
Imogem é construída sob um prisma de órfã que quer ser menos – ou apenas diferente – do que sempre esperaram dela. Jule só quer viver a vida sendo uma heroína que não era retrata nos filmes de super-herói. Essa mistura se torna perigosa página a página e o mistério principal que ronda o livro e conduz a trama é o suicídio de Imogem. E a história da outra, que ficou.
O mais agradável incômodo do livro, entretanto, fica por conta da própria maneira como E. Lockhart decidiu abordar a história. Ela não segue uma linha cronológica progressiva de acontecimentos. Ao contrário: o livro começa pelo fim. E termina pelo começo. Tudo justificado pela necessidade de uma ordem inversa consideravelmente aceitável e plausível.
Gostei dessa subversão. Embora o livro tenha sido implacavelmente comparado e acusado de ser um plágio descarado de O Talentoso Ripley, da Patricia Highsmith, acho que a potência narrativa da Lockhart continua sendo válida e recomendável.
Fraude Legítima pode não ser dos mais inovadores livros de suspense; pode também não ser dos mais originais; porém, acredito que, mais do que isso, ele consegue ser coerente, cinematograficamente ambicioso e com personagens fortes e marcantes. E, para mim, isso valeria todas as recomendações.
Vocês já leram? Ficaram curiosos? Comenta aí embaixo quais são as expectativas – vamos criar um grupo no Facebook para desmascarar os segredos dos livros dessa mulher hahaha.
Jule West Williams é uma garota capaz de se adaptar a qualquer lugar ou situação. Imogen Sokoloff é uma herdeira milionária fugindo de suas responsabilidades. Além do fato de serem órfãs, as duas garotas têm pouco em comum, mas isso não as impede de desenvolver uma amizade intensa quando se reencontram anos depois de terem se conhecido no colégio. Elas passam os dias em meio a luxo e privilégios, até que uma série de eventos estranhos começa a tomar curso, culminando no trágico suicídio de Imogen e forçando Jule a descobrir como viver sem sua melhor amiga. Mas, talvez, as histórias das duas garotas tenham se unido de maneira inexorável — e seja tarde demais para voltar atrás.
Ronaldo!
ResponderExcluirJá gostei de ver que o livro não é mais do mesmo e a trama é bem intrigada, nos instigando a leitura.
Personagens com habilidades e caráter duvidosos é intrigante.
Muito bom ver mais um livro que cria anti heroínas, deve ser cheio de ação.
É a primeira vez que vejo um livro começar do final para o começo, e por ser diferente, deve mesmo causar estranhamento, mas no mundo literário, gosto quando há inovação.
Já li Mentirosos da autora e gostei, embora tenha me sentido 'ludibriada'...kkkkkk
Desejo um ótimo final de semana!
“Que o novo ano que se inicia seja repleto de felicidades e conquistas. Feliz ano novo!” (Desconhecido)
cheirinhos
Rudy
1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!
Fiquei bem curiosa para conhecê-las e ver como vai terminar essa historia. <3
ResponderExcluirSai da Minha Lente
Não sabia dessa história de plágio. Pra mim a Imogen assumiu a identidade da outra, o que é muito estranho. Não li nada da autora, parece ter uma escrita muito fluida, fiquei curiosa.
ResponderExcluir