Quando uma história termina, outra tem que começar.
Em Depois de você, Lou ainda não superou a perda de Will. Morando em um flat em Londres, ela trabalha como garçonete em um pub no aeroporto. Certo dia, após beber muito, Lou cai do terraço. O terrível acidente a obriga voltar para a casa de sua família, mas também a permite conhecer Sam Fielding, um paramédico cujo trabalho é lidar com a vida e a morte, a única pessoa que parece capaz de compreendê-la.
Ao se recuperar, Lou sabe que precisa dar uma guinada na própria história e acaba entrando para um grupo de terapia de luto. Os membros compartilham sabedoria, risadas, frustrações e biscoitos horrorosos, além de a incentivarem a investir em Sam. Tudo parece começar a se encaixar, quando alguém do passado de Will surge e atrapalha os planos de Lou, levando-a a um futuro totalmente diferente.
Eu andei pensando sobre a vulnerabilidade do leitor...
Aquele leitor que sucumbe aos apelos de um grande título, ou de uma boa história.
Talvez, você não saiba, mas considero o título “Como eu era antes de você” tão pleno de possibilidades como “O Diabo Veste Prada”, “Cem Anos de Solidão”, “Ruínas do Tempo”, “A Visita Cruel do Tempo”, e por aí vai...
Eu, caso não conheça o autor, sou isca fácil para títulos bacanas, eles me atraem. Muito mais que capas elaboradas, principalmente quando as figuras retratadas nas mesmas não correspondem ao biótipo dos personagens principais.
Eu, leitora, embarco confiante na narrativa onde nem sempre meus anseios e desejos, seduzidos por títulos instigantes, são considerados, mas, que, na maioria das vezes, sou surpreendida favoravelmente. Ainda bem, pois não sou escritora, sou leitora, flutuo feliz nas asas da criatividade dos meus ídolos.
Meu único vício, os livros, além do prazer, me fragiliza, tornando-me vulnerável e saudosa por dias, semanas e até mesmo, meses...
Então, a partir de um bom título, já começo a me preparar para as horas que virão. Com o romance “Como eu era antes de você”, me preparei para outra história... Algo assim como comprar uma passagem para a Suíça e terminar na Nigéria.
Eu não gosto de sofrer por opção, e eu sofri horrores com a Louisa e com o Will, embora tenha antipatizado demais com ele, e não vai ser o filme que irá mudar a minha opinião. #prontofalei!
As mocinhas são o meu norte. Elas são minhas portas USB para as novelas românticas e, caso essa porta não funcione, o livro já era!
Portanto, apesar de entender e aceitar a decisão de Will, eu não o desculpei pela sua incapacidade de amar alguém tão precioso como Louisa, mesmo entendendo e aceitando a sua decisão.
Eu e a Louisa só precisávamos um pouco mais de tempo, Will!
E, foi pela minha profunda afeição por Louisa que comprei, assim que possível, o meu exemplar de “Depois de você”, que tardou 48 horas para ser entregue. Praticamente uma vida para alguém tão ansiosa como eu.
Logo nas primeiras páginas senti uma reversão inesperada das minhas expectativas, mas segui em frente, pois compreendi que talvez houvesse uma rebeldia saudável impedindo Louisa de seguir com as diretrizes que Will traçara para o futuro dela, após ele recusar abrir mão de seus planos.
Fui surpreendida por uma Louisa tão perdida ou mais do que aquela garota escolhida para acompanhar os últimos dias de um homem egoísta e cruel. E, a meu ver, foi esta mensagem que Jojo Moyes nos passa subliminarmente – Louisa, de forma inconsciente rejeitou os planos que Will traçou por sentir-se rejeitada. Quando ela finalmente entende que Will não a amava, eu pensei: agora vai!
Mas, não foi...
Louisa, com o seu imenso coração, nos leva por estradas tortuosas, onde o risco de uma tragédia de proporções estratosféricas surgindo a cada passo é cada vez maior.
Então, eu percebi que Jojo Moyes não tinha a menor intenção de escrever “O Livro de Louisa”... Moyes deve ter sido pressionada pelos cinco milhões de outros leitores, inconformados com o destino dessa personagem, bem como por seus editores, ávido por uma continuação. E, não estão todos?
Portanto, somos todos vulneráveis às criações proporcionadas por milhões de sinapses de cérebros incríveis dos autores que amamos. Criadores são seres especiais, capazes de dar o seu sangue por uma obra, mas detestam fazer concessões e, ao fazerem, não nos dão exatamente o que desejamos. Eles nos dão horas de esperança, para em seguida colocar seus personagens exatamente onde queriam.
“Depois de você” é uma manual sobre as perdas e os seus danos, longo e melancólico. Eu, para falar a verdade, achei cansativo a princípio. Uma história cheia de possibilidades que não davam em nada, idas e vindas, tristeza e idealização... A Louisa que antes sempre me pareceu uma pessoa pró-ativa, agora está titubeante, covarde...
Não posso dizer que não gostei, mas sem dúvida nenhuma, eu não amei “Depois de você”.
Embora, o romance seja recheado de aforismos perfeitos para quem tenha acumulado perdas ao longo da vida. Mas, se você sabe das perdas, sabe também que elas reafirmam a nossa condição de sobreviventes nesse mundo louco em que vivemos.
E, Viva La Vida!
Aquele leitor que sucumbe aos apelos de um grande título, ou de uma boa história.
Talvez, você não saiba, mas considero o título “Como eu era antes de você” tão pleno de possibilidades como “O Diabo Veste Prada”, “Cem Anos de Solidão”, “Ruínas do Tempo”, “A Visita Cruel do Tempo”, e por aí vai...
Eu, caso não conheça o autor, sou isca fácil para títulos bacanas, eles me atraem. Muito mais que capas elaboradas, principalmente quando as figuras retratadas nas mesmas não correspondem ao biótipo dos personagens principais.
Eu, leitora, embarco confiante na narrativa onde nem sempre meus anseios e desejos, seduzidos por títulos instigantes, são considerados, mas, que, na maioria das vezes, sou surpreendida favoravelmente. Ainda bem, pois não sou escritora, sou leitora, flutuo feliz nas asas da criatividade dos meus ídolos.
Meu único vício, os livros, além do prazer, me fragiliza, tornando-me vulnerável e saudosa por dias, semanas e até mesmo, meses...
Então, a partir de um bom título, já começo a me preparar para as horas que virão. Com o romance “Como eu era antes de você”, me preparei para outra história... Algo assim como comprar uma passagem para a Suíça e terminar na Nigéria.
Eu não gosto de sofrer por opção, e eu sofri horrores com a Louisa e com o Will, embora tenha antipatizado demais com ele, e não vai ser o filme que irá mudar a minha opinião. #prontofalei!
As mocinhas são o meu norte. Elas são minhas portas USB para as novelas românticas e, caso essa porta não funcione, o livro já era!
Portanto, apesar de entender e aceitar a decisão de Will, eu não o desculpei pela sua incapacidade de amar alguém tão precioso como Louisa, mesmo entendendo e aceitando a sua decisão.
Eu e a Louisa só precisávamos um pouco mais de tempo, Will!
E, foi pela minha profunda afeição por Louisa que comprei, assim que possível, o meu exemplar de “Depois de você”, que tardou 48 horas para ser entregue. Praticamente uma vida para alguém tão ansiosa como eu.
Logo nas primeiras páginas senti uma reversão inesperada das minhas expectativas, mas segui em frente, pois compreendi que talvez houvesse uma rebeldia saudável impedindo Louisa de seguir com as diretrizes que Will traçara para o futuro dela, após ele recusar abrir mão de seus planos.
Fui surpreendida por uma Louisa tão perdida ou mais do que aquela garota escolhida para acompanhar os últimos dias de um homem egoísta e cruel. E, a meu ver, foi esta mensagem que Jojo Moyes nos passa subliminarmente – Louisa, de forma inconsciente rejeitou os planos que Will traçou por sentir-se rejeitada. Quando ela finalmente entende que Will não a amava, eu pensei: agora vai!
Mas, não foi...
Louisa, com o seu imenso coração, nos leva por estradas tortuosas, onde o risco de uma tragédia de proporções estratosféricas surgindo a cada passo é cada vez maior.
Então, eu percebi que Jojo Moyes não tinha a menor intenção de escrever “O Livro de Louisa”... Moyes deve ter sido pressionada pelos cinco milhões de outros leitores, inconformados com o destino dessa personagem, bem como por seus editores, ávido por uma continuação. E, não estão todos?
Portanto, somos todos vulneráveis às criações proporcionadas por milhões de sinapses de cérebros incríveis dos autores que amamos. Criadores são seres especiais, capazes de dar o seu sangue por uma obra, mas detestam fazer concessões e, ao fazerem, não nos dão exatamente o que desejamos. Eles nos dão horas de esperança, para em seguida colocar seus personagens exatamente onde queriam.
“Depois de você” é uma manual sobre as perdas e os seus danos, longo e melancólico. Eu, para falar a verdade, achei cansativo a princípio. Uma história cheia de possibilidades que não davam em nada, idas e vindas, tristeza e idealização... A Louisa que antes sempre me pareceu uma pessoa pró-ativa, agora está titubeante, covarde...
Não posso dizer que não gostei, mas sem dúvida nenhuma, eu não amei “Depois de você”.
Embora, o romance seja recheado de aforismos perfeitos para quem tenha acumulado perdas ao longo da vida. Mas, se você sabe das perdas, sabe também que elas reafirmam a nossa condição de sobreviventes nesse mundo louco em que vivemos.
E, Viva La Vida!
Sueli Jansen é professora aposentada, casada há mais tempo que consegue lembrar e, hoje vive no interior do estado do Rio de Janeiro, com sua família, seus livros, suas árvores e seus animais.
Você a encontra no Skoob clicando AQUI.
Eu não acredito muito em continuações. Não gosto quando um livro ou filme que nasceu para filho único ganha uma penca de agregados. Eu fico sentindo que o autor/diretor está querendo se aproveitar e ganhar um dinheirinho a mais em cima dos pobres e incautos leitores/cinéfilos. Pelo visto, esse foi o caso.
ResponderExcluirPois é, Cris, uma pena enorme. Eu estava torcendo por este livro, mas não deu para mim.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, queridona.
Bjks
Bom já comecei lendo a resenha e tendo spoiler de um livro que estou louca para ler que é Como eu era antes de você e já fiquei chateada de saber o final, mas tudo bem, vou continuar querendo ler o livro assim mesmo (risos). Vamos então falar do segundo livro, não tenho preconceito nenhum em relação a livros que eram para serem só um acabam tendo uma continuação, se e tão bom quanto dizem por não um segundo? Até porque os leitores estavam louco para saber qual seria o destino da Louisa, percebi que nesse livro vai se trata do luto e como ela vai fazer para seguir sua vida depois da perda, e como ela vai lidar com os novos relacionamentos, espero não me decepcionar com essa leitura.
ResponderExcluirTambém espero que você aprecie a leitura, Lana.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário,
Bjs
Olá, Sueli!
ResponderExcluirEu tinha acabado de ler Como eu era antes de você, e não sei se vou estar certa ao comentar isso, mas acho que descobri o motivo de porque tanta gente ter pedido para a Jojo Moyes ter escrito Depois de você. Não era para ver a Lou encontrando uma nova vida, ou até mesmo um novo amor, mas sim para ver se os pais dela a perdoam por ter expulsado ela de casa só porque decidiu ir na hora H para a Suíça despedir-se do Will. Fiquei mal ao ler essa cena pois os Clarkes não entendiam que ela não estava fazendo isso para apoiar a eutanásia ou estragar seu futuro por conta própria, mas só para se despedir de alguém que ela amou. Só a Treena entendeu a irmã e apoiou, mas no epílogo parisiense, só sabemos que a mãe tinha lido a carta da Lou e que havia alguma esperança de perdão. Foi isso que eu achei terrível no livro, e se fosse a Jojo, já que ela também roteirizou o filme, teria mudado isso no filme.
Não tem como pensar em uma nova vida se aqueles que mais te amam estão de mal com você. Ainda mais que a Lou agora tem esse peso junto ao peso da morte do Will. Se não fosse isso, Como eu era antes de você poderia ter terminado mesmo naquela cena em Paris e nem teríamos que pensar em uma continuação.
Aliás, o modo como Depois de você começa joga um balde de água fria em quem viu essa cena final de Paris no primeiro livro como uma recuperação total da Lou em relação a perda do Will. Mas mesmo assim entendo que a Lou daria essa "regredida" porque esse dois pesos (o da família e o da morte do Will) demoram um pouco para serem resolvidos e deixados para trás e a Jojo foi sincera em mostrar isso no livro, mesmo fazendo perder todo o avanço que a Lou passou em Como eu era antes de você. Mas isso não muda o fato que se a família tivesse entendido a decisão da Lou, talvez Depois de você nem seria necessário.
Um abraço!
Obrigada querida por esse retorno tão carregado de emoção. Você é mesmo muito especial! ;)
ResponderExcluirMas, preciso dizer que de acordo com a minha leitura de "Depois de Você", eu acho que Jojo Moyes quis que soubéssemos que Lou, apesar de queridíssima por quase todos os leitores, não conseguiu atingir completamente o coração de Will...
Sei lá, eu penso que quando amamos verdadeiramente nada é impossível, entende?
Mas, posso dizer que se houve algum humor na continuação, este ficou inteiramente por conta dos pais de Lou.
Espero, aliás, eu sempre espero que os leitores não se deixem influenciar por comentários de outros leitores. Você não acha?
Por favor, leia a continuação e depois volte para conversarmos, ok? Eu vou adorar!
Bjks
Oi Sueli,
ResponderExcluirApós a leitura do livro em comento, o choro foi inevitável e um vazio por uns dois dias, veio a pergunta:o que faz a escritora optar por um final tão depressivo? Realmente o início do livro é letárgico e sem inspiração, mas a empatia que tive pela Loise me motivou a continuar. Infelizmente, o amor que ela tinha para ele não foi suficiente para imobilizar o egoísmo dele.
Enfim, fica a pergunta: o que faz um livro desse vender tanto? Talvez seja o que a Sueli colocou no início de que somos instigados pelo título e a partir daí criamos mil possibilidades. Mas sempre aguardando o tradicional e maravilhoso final feliz.
Oi, Adriana. Obrigada pelo retorno, querida.
ExcluirNo meu caso, eu fiquei muito animada com a continuação porque queria, ou talvez eu esperasse que Lou seguisse em frente de forma mais positiva, pró-ativa...
Não foi o que li, claro!
Eu li o destino que a Jojo Moyes quis para Louise desde sempre. Ela criou uma protagonista com determinadas características que não poderiam ser modificadas a partir das emoções dos leitores.
Cada vez mais, eu penso que estamos nas mãos de criaturas com o poder de nos levar do paraíso ao inferno de acordo com suas vontades.
Ser um leitor é sempre uma viagem sem destino certo, não é mesmo?
Ainda bem que é assim... ;)
Volte sempre,
Bjs