A Ilha Dos Dissidentes - Bárbara Morais, por Laís

Ser levada para uma cidade especial não estava nos planos de Sybil. Tudo o que ela mais queria era sair de Kali, zona paupérrima da guerra entre a União e o Império do Sol, e não precisar entrar para o exército. Mas ela nunca imaginou que pudesse ser um dos anômalos, um grupo especial de pessoas com mutações genéticas que os fazia ter habilidades sobre-humanas inacreditáveis. Como única sobrevivente de um naufrágio, ela agora irá se juntar a uma família adotiva na maior cidade de mutantes do continente e precisará se adaptar a uma nova realidade. E logo aprenderá que ser diferente pode ser ainda mais difícil que viver em um mundo em guerra.

Sempre fui fã de distopias. Assim como a maior parte dos leitores desse gênero, sou absolutamente apaixonada pelos clássicos: 1984, de George Orwell; Adorável Mundo Novo, de Aldous Huxley; Fahrenheit 451, de Ray Bradbury; entre tantos outros.

Na última década, novas obras sobre futuros distópicos têm surgido nas listas de mais vendidos ao redor do mundo, algo que gerou inúmeras adaptações cinematográficas de grandes estúdios, repletas de efeitos especiais e com bilheterias impressionantes.

Aproveitando essa nova onda da literatura distópica, Bárbara Morais lançou sua – hiper mega super viciante – trilogia Anômalos. E sua obra não apenas está no mesmo nível de seus contemporâneos, como supera – de longe – muitos deles.

Seu enredo é construído de forma impecável, sem deixar pontas soltas e, ao mesmo tempo, prendendo o leitor da primeira até a última página. Ela insere muitos elementos de fantasia e ficção científica, sem tornar suas personagens, no entanto, caricaturados. Muito pelo contrário: alguns dos “super poderes” dos Anômalos são tão inúteis que geram uma empatia enorme.

A narrativa de Bárbara também é agradável: apenas de ser em primeira pessoa, não é nada cansativa, e tem o equilíbrio perfeito entre pensamentos e diálogos. As cenas de ação e suspense mantêm o leitor ansioso para saber o que virá a seguir, e os desfechos são surpreendentes e sem aqueles clichês irritantes.

Tenho também que ressaltar a protagonista criada por Bárbara: ela é simplesmente maravilhosa, elemento essencial para uma trilogia escrita sob a perspectiva dela. Sybil é o tipo de garota que queremos ter como amiga, como vizinha e, especialmente, como companheira de time no caso de guerra.

Uma história bem encadeada, personagens bem desenvolvidos e cenas de ação criativas e imprevisíveis: esses e muitos outros elementos de Anômalos fazem com que essa trilogia diferencie-se (muito positivamente) das tantas outras obras do gênero que vêm sendo publicadas.
Que venham os próximos, Bárbara! 

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Laís é autora do livro Primeiras Impressões, uma adaptação moderna de Orgulho e Preconceito.


3 comentários

  1. Olá!!! Menina amei seu blog! Muitas dicas legais!!! Amo leitura!!! <3
    Parabéns pelo blog!!!

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  2. Olá, Laís!

    Já tinha ouvido e muito sobre a Trilogia Anômalos e mesmo que ainda eu não tenha lido os livros, dá para notar que a Barbara Morais escreveu com muita paixão e querendo mesmo uma distopia jovem, mas de qualidade.
    O curioso de os Anômalos possuírem poderes inúteis é que se questiona se o importante é ter um super poder para mudar o mundo ou a atitude para fazer isso e se a humanidade sempre se segrega por medo do que é dito como diferente ou por medo de um grupo perder o poder em relação a outro. Ou seja, como as distopias mais clássica que você citou no início do texto, dá muita coisa para a gente pensar sobre a humanidade.

    Um abraço!

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