Olhos cinza-azulados. Muita água em sua personalidade, é o que diz a tradição japonesa. A água que sempre encontra fendas onde se infiltrar, cujo destino não pode ser detido. Assim é Sayuri, uma das gueixas mais famosas de Gion, o principal distrito dessa arte milenar em Kioto. Com um olhar, ela é capaz de seduzir. Com uma dança, ela deixa os homens a seus pés. O que ninguém sabe é que, por trás da gueixa de sucesso, há um passado de perdas e desilusões de uma mulher que, desde o dia em que o pai a vendeu como escrava, fez cada uma de suas escolhas motivada pelo amor ao único homem que lhe estendeu a mão.
Neste livro acompanhamos sua transformação enquanto ela deixa para trás a infância no vilarejo pobre e aprende a rigorosa arte de ser uma gueixa: dança e música, quimonos e maquiagens; como servir o chá de modo a revelar apenas um vislumbre da parte interna do pulso; como sobreviver num mundo onde o que conta são as aparências, onde a virgindade de uma menina é leiloada, onde o amor é considerado uma ilusão. Já idosa, vivendo nos Estados Unidos, ela narra suas memórias com a sabedoria de quem teve uma vida longa e o lirismo de quem soube encontrar nela seu lado mais doce. Neste relato único, que reúne romance, erotismo e, muitas vezes, a dura realidade, Arthur Golden desenvolve uma escrita refinada e dá voz a uma personagem instigante e humana que conquistou milhões de leitores em todo o mundo.
O gênero literário “Romance Histórico” está em voga no Ocidente. Desde a série “Outlander” à série “Os Bridgertons”, há estilos e épocas para todos os gostos.
“Memórias de uma Gueixa” é um pouco diferente do que temos visto (ou melhor, lido), nos últimos tempos. Pois, enquanto a maior parte dessas obras se passa, se não no mesmo século, na mesma “realidade” ocidental, o livro de Arthur Golden retrata o outro lado do globo, numa época extremamente marcante para o Japão, nos períodos pré e pós 2ª Guerra Mundial (ou poderíamos dizer pré e pós Hiroshima e Nagasaki?).
É com esse pano de fundo marcante da História da Humanidade que Golden nos revela o mundo quase secreto das gueixas. Apesar de ser um grupo muito distante para nós, tão exótico e fora da nossa realidade, Arthur Golden conseguiu descrevê-las sem estereotipá-las (muito), tarefa quase impossível para um americano.
Com sensibilidade e expondo, em detalhes, a vida de uma gueixa (e o longo processo necessário para se tornar uma), ele nos leva a Kyoto, onde o leitor será imerso nos estudos tradicionais e milenares da arte da dança, do canto e... da sedução? Pois, além de ser um romance com forte pitada de História, “Memórias de uma Gueixa” também é sobre (e talvez, principalmente) a descoberta sexual de uma menina inocente, vinda de uma vila de pescadores, vendia pelos pais a uma casa de gueixas.
Confesso que senti certo preconceito ao descobrir o sexo e origem do autor. Porém, felizmente, já nas primeiras páginas, ele conseguiu provar o quanto minhas primeiras impressões me enganaram.
Doce, cru, emocionante e, por vezes, revoltante, “Memórias de uma Gueixa” é um belo romance escrito em primeira pessoa por uma personagem feminina, criada a partir (surpreendentemente) da mente inspirada (e inspiradora) de um americano do interior dos Estados Unidos.
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Laís é autora do livro Primeiras Impressões, uma adaptação moderna de Orgulho e Preconceito.
Ai que vontade de ler este livro.
ResponderExcluirCom esta resenha fiquei mais curiosa ainda.
Bjs
Oi, Neli!
ExcluirDe fato, é um livro delicioso e surpreendente! Espero que o leia!
Beijos,
Laís
Sou LOUQUINHA por esse livro, há tempos <3
ResponderExcluirYasmim,
http://www.yasmimsramos.com.br/
Nossa, também o adoro, Yasmin! Lembro-me de ter ficado super ansiosa durante semanas quando soube que o filme estava para ser lançado! ;-)
ExcluirBeijos,
Laís
Esse livro é maravilhoso! Amo amo amo.
ResponderExcluirO filme também é muito bom, mas nada como o livro.
Bjs
Oi! Fiquei meio chateada por terem usado atores chineses, não japoneses... Mas gostei do filme tb!
Excluirbjs,
Laís
Oi Laís, apesar de todas as maravilhas que falam deste livro e do próprio filme, confesso que não tenho muito interesse nele, ou melhor, em ambos. Mas que bom que gostou tanto assim da leitura.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Oi, Rose!
ExcluirGostei, sim. E acho que foi exatamente porque eu não esperava muita coisa dele. Quem sabe, você um dia vai pegá-lo para ler e se deliciar tb? ;-)
Bjs,
Laís
Laís!
ResponderExcluirSou fascinada pela cultura japonesa e esse exemplar me parece que além de trazer um pouco do país e sua cultura, desmestifica também o sentido de ser uma gueixa.
Gostaria de apreciar a leitura.
Bom final de semana!
“Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.”(Machado de Assis)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Oi, Rudy!
ExcluirLinda a frase! Espero que goste da leitura!
Beijos,
Laís
Também achei impressionante Memórias de uma gueixa ser escrito por um homem e que esse homem seja de nacionalidade americana, mas pelo visto ele criou uma história brilhante inspirada num costume milenar, e sem dúvida seu trabalho de pesquisa foi magnífico.
ResponderExcluirMas apesar de todos comentários positivos que vi sobre esse livro, não estou preparada para ler esse relato cruel da realidade, pelo menos não no futuro próximo. Contudo, amei a resenha, e sem dúvida esse livro é uma ótima dica pra quem gosta do estilo.
Bjos!
Oi, Any!
ExcluirEspero que, um dia, esteja preparada para lê-lo! Vale a pena!
Beijos,
Laís