Não tem como não se apaixonar pela escrita de Nora Roberts, mesmo quando ela tenta escrever um livro policial, usando sua veia inspiradora, sabendo que esse não é o seu forte, e ainda assim ela amarra a trama de forma que encanta por sua simplicidade e sutileza.

Temos aqui personagens bem típicos da autora, uma mulher forte e decidida, com uma pegada bem irônica e mordaz, e um mocinho austero, amargo, com uma carga emocional latente e perturbadora. Os dois juntos dão a liga especial na trama e a sensação que eles poderiam ser pessoas comuns do nosso dia a dia, deixando assim o mistério e o enredo policial em segundo plano, mesmo que ele seja o foco principal.

Senti estranheza ao iniciar a leitura, a história começa meio lenta e só me pegou mesmo depois das 80 primeiras páginas. Dessa vez, Nora nos dá uma visão inicial detalhada dos fatos que se desdobrarão ao longo da narrativa. Somos absorvidos no mundo do contrabando de peças de arte e suas artimanhas, no universo de um vilão cruel, mordaz e excêntrico, e ao longo disso conhecemos os personagens mais a fundo. Só depois desse primeiro passo é que a autora se entrega no desenrolar da escrita, por assim dizer, e nos prende numa história instigante e super interessante.

O enredo foi muito bem explanado, característica nata da autora, que faz sempre uma pesquisa elaborada do assunto que vai tratar no livro, nunca deixando brechas ou pontas soltas.

Dora e Jed são personagens que nos fazem rir e atiçam nossa imaginação, seus diálogos são sutis, e com uma pitada de ironia na medida certa. Não tem como não se envolver com a relação de cumplicidade que vai crescendo entre eles durante a leitura. Já o “vilão” da trama me atiçou a curiosidade, fiquei desejosa de saber mais sobre sua personalidade e de como ele se tornou essa pessoa retratada na história.

Sempre voltada para o romance, Nora nos brinda, em Riquezas Ocultas, com um mistério envolvente, bem elaborado, sem nunca deixar de impressionar o leitor para a química existente entre os protagonistas, sejam eles mocinhos ou bandidos. Não há possibilidade de não apreciar a leitura a ponto de recomendar e atiçar os amigos para que leiam, e leiam logo.

Posso dizer que da experiência que foi a minha parceria com a Editora Bertrand, conhecer a escrita de Nora Roberts, com certeza, foi a mais apreciada de todas. Acredito que eu demoraria a ler algo dela, já que tinha um pé atrás com a autora (Quem me conhece a fundo sabe do drama que existia entre a autora e eu, rs). Talvez fosse medo de me tornar essa fã que adora seus livros, na qual me tornei.

Vale a pena se entregar às 514 páginas dessa nova obra de Nora Roberts, uma autora tão aclamada e venerada por todos.

Recomendo a leitura com ganas de quero mais!