Posso parecer meio clichê ou piegas, mas sou fã incondicional de livros que falam de redenção.
E também não nego que adoro um ogro, daqueles bem cavalares, brutos e insensíveis, estilo Diana Palmer. Porém, para tudo se tem uma explicação... Por que eu gosto de ogros? Por que eles exercem um fascínio tão grande sobre mim? A resposta é simples: porque eles têm um grande potencial de redenção e o dom de transformar uma história simples, com um enredo batido e de certa forma comum, num "livrão" e às vezes até, em histórias inesquecíveis.
Ao iniciar a leitura desse livro tem de se entender que Gabriel vive um inferno pessoal e é compreensível que ele seja estúpido, mordaz, grosseiro, mas subentende-se também que seu passado conturbado justifica seus atos, e que o livro trata da redenção de um homem através do amor. Tentar compreender seu temperamento e comportamento no início da história não é fácil, por isso eu aconselho que se entre na leitura com a mente aberta.
Por que Gabriel age assim? Por que ele é tão estúpido e grosseiro? Porque Julia, de uma maneira que ele não consegue explicar, mexe com seus sentimentos. E para um homem que vive num inferno pessoal, indigno de afeto e amor, sentir emoções por uma moça ingênua, tímida não faz sentido, é inaceitável.
Força e rigidez encontraram maciez e delicadeza.
O autor faz uma alegoria, uma comparação inspirada na Divina Comédia, seu protagonista não é um anjo, muito longe disso. Acredito que para ler e entender melhor esse livro deve-se conhecer um pouco sobre O Inferno de Dante.
Gabriel a princípio é um homem difícil, autoritário, prepotente, de mal com o mundo e ao longo da história vai justificando o porquê do seu inferno pessoal. Ele chega ao extremo de achar que não merece viver, tamanho seus pecados.
A ideia de transformar personagens através do amor, redenção e busca de salvação encanta quem lê; ver um homem mudar, se superar e conseguir passar por todo um turbilhão de sentimentos conflitantes ao longo da narrativa, torna toda a história plausível e possível.
Acredito que se o leitor entrar na história com a mente aberta, sem pensar que ela foi uma fanfiction de Crepúsculo, ou sem comparar Julia com Bella de Twilight e conhecendo um pouco, mesmo que levemente, sobre a Divina comédia - O Inferno de Dante, vai conseguir entender a proposta do autor.
O leitor tem que sair um pouco da sua zona de conforto e tentar pelo menos, nem que seja fazendo uma leve pesquisa no Wikipédia, ler sobre o assunto, para se deixar envolver e aceitar que a redenção através do amor é possível, e que um homem perturbado por um passado, pode sim amar um anjo, ou seja, uma pessoa com virtudes e de certa forma pura.
Por que ela tem que ser tão doce? Tão generosa? Por que tem que ser tão compassiva? Ter uma alma tão bela?Pág. 446
Em O Inferno de Gabriel vemos também uma bela explicação do autor sobre o simbolismo de se alimentar a pessoa amada, algo tão falado nos livros eróticos que circulam por aí. Lembrando que O Inferno de Gabriel, não é um livro erótico.
- Hummmmm. Sabe, dar de comer a alguém é o maior gesto de cuidado e afeto... É como se doar através da comida. (...) nossas mães nos dão de comer quando somos bebês, nossos amigos fazem o mesmo em jantares e festas, os amantes quando se alimentam um do corpo do outro...e, às vezes, da alma um do outro.Pág.224
Me encantei bastante com a história, mas acredito que apreciar ou não essa leitura vai depender muito do gosto pessoal de cada um, mas em minha opinião os dramas pessoais são bastante condizentes com os atos dos personagens, e a proposta intencional de comparação com a Divina Comédia deu muito certo.
Queria entender ainda mais sobre o assunto, porque algumas citações durante a leitura que faziam alegorias com outras histórias me escaparam, infelizmente.
Existe uma dúvida sobre o autor do livro, muitos acham que "ele é na verdade, ela", porém vou ser bem direta quanto ao assunto, não me importa se ele é homem ou mulher, seja o que for, conseguiu passar de forma super coerente a ideia proposta no livro e vamos admitir, escreve muito bem.
Oieeeeeeeeeeeee
ResponderExcluirSabe que eu me contive muito pra comprar este livro? Pois é... achava que fosse apenas mais um... mas pelas resenhas que tenho lido e pela sua mais especificamente, acho que fiz bem em comprá-lo!
Amo um ogro tb! Bem ao estilo de DP!!
bju
Estou lendo e adorando o O inferno de Gabriel. Também adoro um ogro e acho super fofo o modo mesmo que bastante irritado, ele cuida de Julia.
ResponderExcluirOi Lena!
ResponderExcluirEu gostei bastante do livro \o/
Principalemnte por ele não ser erótico... não que eu não goste, mas já estou ficando cansada das mesmas publicações do gênero...
Agora é só aguardar a continuação kkkk
Bjs!
Ô Leninha...
ResponderExcluiragora deu vontade de ler esse rai desse livro. Só não sei o que vou fazer com esse monte de "livro prioridade" que eu tenho aqui. kkkkk
bjooooooooo
Oi, Leninha.
ResponderExcluirAndo meio cansada de ler livros desse gênero, mas minha curiosidade é grande acerca desse livro, ainda mais por saber que não tem nada de erótico, o que acaba me cansando em demasia em algumas tramas.
Muito bom saber disso!
Preciso comprar esse livro, mas vou esperar uma promoção.
Beijos.
O que eu acho é que está havendo muito mimimi sobre esse livro.
ResponderExcluirSim, eu achei o Gabriel um ogro, sim, eu enfiaria a mão na lata dele na primeira grosseria e sim, eu seria o Inferno do título se estivesse no lugar da Julia. Adoraria infernizar o Professor, confesso. E depois pegá-lo de jeito, confesso também.
Mas eu não sou. E gosto é gosto. Gabriel é um personagem bem mais real, sem dúvida. Não é um desses mocinhos perfeitos e lindos de muitos romances. Só acho que ele poderia ter pegado mais leve com a Julia (mesmo sabendo que isso era uma reação dele a ela e tal).
E, se você cabulou as aulas de Literatura na escola e não sabe nem quem é Dante muito menos de onde vem esse raio desse inferno, vai perder boa parte da graça do livro. Esse aspecto, aliás, foi o que mais agradou (apesar de achar o Gabriel um pedante). Iria até mais longe: acho que toda essa erudição nos instiga a ir atrás e descobrir esse universo que Julia e Gabriel tanto amam. A gente tem tido uma literatura tão rasteira, por vezes. É bom apreciar algo que nos provoque mais.
Esperava ter gostado mais do livro, mas é inegável que o Sylvain escreve bem, e isso faz toda a diferença pra mim. Creio que é questão de ler e tirar suas próprias conclusões e, como você disse, ler com a mente aberta.
Bjs!
Oiii Lílian, amei o livro. Li a sequência em pdf e terminei de me apaixonar.
ExcluirSeu comentário é mt pertinente. O livro te instiga a saber mais sobre quem foi Dante, Beatriz, Abelardo, Heloísa...As artes e pinturas renascentista que são citadas a todo tempo no livro!! Isso é maravilhoso
Sem falar nas músicas!!!
Me fez muito bem a leitura!!!
Um beijo, boa sexta!!!
Muito boa resenha!
ResponderExcluirEu adorei esse livro- apesar disso sei que não é um livro que todos apreciarão. Acho que se vc conhecer um mínimo sobre a Divina Comédia e embarcar na fantasia (esquecendo isso de fanfic e Crepúsculo e tals) irá se divertir mais. Não é um livro perfeito, longe disso, mas, na minha modesta opinião, Sylvain escreve acima da média.
bjs!
Thaís;)
Fiquei curiosa, confesso! Já vi gente comentando no twitter sobre o livro, mas não tinha lido nada sobre, ainda. Nem sabia que era fanfic de Crepúsculo! Vou ver se encontro aqui.
ResponderExcluirAh, e super me identifiquei no início do post, adoro "ogros", sempre tô relendo algum da Diana Palmer hahaha
Oi Leninha!
ResponderExcluirEstou com meu exemplar aqui e será uma das minhas próximas leituras!
Só de saber que o livro é bem escrito já fico feliz e empolgada para começar a ler! =)
Fiquei curiosa para saber que inferno é esse que ele vive! kkkk
ResponderExcluirAdorei o post!
Vou fazer a pesquisa que vc sugeriu e tentar entender mais!
bjsss
Oi Leninha, estou muito curiosa em relação a este livro que espero poder ler.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Oie, essa é a primeira resenha do livro que leio. Já ouvir falar tão bem dele que me deixou curiosa.
ResponderExcluirBeijinhos.
Carinho das Palavras
Li algumas resenhas do livro e muitas não foram positivas, no entanto, ainda estava fascinada com a sinopse do livro. Um homem que vive tal inferno/tormento é o tipo de personagem que me chama a atenção, costumam ser profundos e a linha entre o bem e o mal é tênue, e isso me fascina. Não li a Divina Comédia, mas sempre tentei pesquisar alguma coisa sobre a obra e tentarei buscar mais algumas coisas para poder acompanhar a leitura de O Inferno de Gabriel (que, com certeza, irei ler).
ResponderExcluirVocê comentou sobre seu "apreço" por ogros, rs. É algo que gosto na literatura e no cinema, desde pequena (me apaixonei pela Fera em A Bela e A Fera!), rs.
Eu terminei ontem o segundo livro. Li num pdf.
ResponderExcluirApaixonada é pouco!! Chorei baldes com o 2º livro... os dramas familiares mexem com vc, porque são reais. Adorei a analogia com Dante, as orações de Dante são lindíssimas, vc esquece que era uma fic de Crepúsculo...claro que tem semelhanças, tem clichês mas nada que atrapalhe a leitura.
DICA: Leia com calma, saboreando cada poema e música que é citado... procure as obras e pinturas... tenho certeza que será uma experiência deliciosa!!!!
'-'
Estou morrendo de vontade de ler esse livro. Ontem estava na livraria e vi o segundo volume, e agora estou com vontade de ler. Só não comprei porque na livraria é muito caro, prefiro comprar pela net.
ResponderExcluirGostei da resenha.
Niii
http://amordelivros.blogspot.com.br/