O livro me encantou com sua leitura fácil, com um enredo que se encaixa perfeitamente.
Aylá é encantadora, uma jovem de cabelos vermelhos que se esconde por baixo de uma boina, que sabe ser diferente, que tem dons especiais e que se sente irremediavelmente atraída por Igor, um rapaz que ela acha que nem gosta de meninas, tão introspectivo, que vive numa biblioteca escondido entre livros, mas que acorda para a vida a conhecê-la.

Ri bastante com Aylá conversando com seus animais, sim ela conversa com animais, com sua coruja Itira, seus gatos Nekár e Tamy e com o cavalo de Igor, Tornado, essas conversas me valeram boas risadas durante a leitura.

O livro gira em torno de uma lenda envolvendo uma bruxa e um índio que estavam destinados um ao outro, a lua e o sol, que encontraram em Pitfal seu abrigo e lá foram separados e mortos por Dargais, os bruxos do mal.

As centurianas são bruxas do bem, que protegem o mundo das maldades dos Dargais, que só liberam a maldade e que se reinarem trará a destruição e o mal ao mundo. Aylá é uma herdeira, a Lua, que nasceu com a marca das bruxas e que precisa encontrar seu Sol, aquele que possui a marca de nascença do sol em seu peito.

Aylá e Igor vivem um amor com seus altos e baixos, são intensos, são falhos e levam o livro com uma doçura que me encantou profundamente.

Segue um trecho do livro que mostra o confronto íntimo de Aylá no combate com os Dargais:

“Nem assumindo minha verdadeira natureza eu conseguia libertá-lo. E as outras bruxas não podiam se mover. Parecia que tudo estava perdido. Segurei a chave, tentando resgatar meus poderes, lutando contra o bloqueio negativo que me enredava e ameaçava a vida de Igor. Se houve um tempo em que não acreditei no amor, agora não acreditava na possibilidade de existir sem tê-lo ao meu lado. Havia muito em jogo. A ordem centuriana; a vida das criaturas claras; meu sol. Por isso, eu precisava reagir. Já havíamos passado por tantas coisas e não seria justo que após tantos desencontros fôssemos separados novamente. Repassei os ensinamentos da feiticeira-anciã. A resposta, ela dizia, está dentro de nós. É preciso acreditar na magia. Foi então que percebi: eu não lutava apenas contra os meus inimigos. Lutava contra o peso da realidade e de minhas próprias limitações”.

Esse trecho a seguir descreve um lugar mágico, a descrição perfeita da capa do livro:

"Entendia agora razão da passagem secreta. Mesmo a atmosfera era diferente. Tão longe do caos do mundo e da complexidade humana... Como se ali, sonhos e energias se renovassem. Estendeu o braço e o pássaro descansou em sua mão direita. Estática, perdeu-se em contemplação. Olhou para o mar. Tons de azul e verde se mesclavam e as ondas arrebentavam nas pedras proporcionando uma chuva de brilho. Definitivamente, presenciava um maravilhoso espetáculo da natureza, um encontro entre a água, a terra, o ar e as tonalidades do fogo. Fixou a vegetação e sentiu que estava no lugar mágico de Íria. Se antes não compreendia a força dos elementos, agora era toda sentidos. Ali permaneceu até anoitecer e compreendeu que nunca esteve tão perto do céu. E poderia alcançar as nuvens, não fosse a dor que insistia em se fazer presente. A dor da ausência. Sem seu Sol, nada faz sentido. Vou me perder numa noite longa e sombria..."

Adorei o livro, me fez viajar num universo único e encantador, Recomendo!
Nota 10!